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Estado de Minas

Senadores mostram a Temer 'fatura' do impeachment

Pela estimativa do Planalto, a cassa��o de Dilma est� nas m�os de 15 senadores. Hoje, 38 se posicionam a favor do impedimento - s�o necess�rios 54


postado em 27/06/2016 07:37 / atualizado em 27/06/2016 08:02

S�o Paulo - Do apoio do Planalto em disputas locais a indica��es para cargos em estatais e at� para o comando do BNDES - o maior financiador de empresas do Pa�s -, o presidente em exerc�cio Michel Temer est� sendo pressionado por senadores em troca de apoio no julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A vota��o final est� prevista para acontecer at� o fim de agosto.

Por causa do ass�dio, Temer tem recebido parlamentares no Pal�cio do Jaburu para almo�os, jantares e reuni�es, marcados muitas vezes fora da agenda oficial. Nos encontros, escuta mais do que fala. "O Temer est� comprando a bancada. � uma compra expl�cita de apoio", disse o senador Roberto Requi�o (PMDB-PR), peemedebista contr�rio � sa�da de Dilma.

Para interlocutores do governo no Senado, o "movimento" nada mais � do que uma lista de demandas. O caso mais pitoresco, segundo relatos de tr�s senadores pr�ximos a Temer, � o de H�lio Jos� (PMDB-DF). Ele pediu 34 cargos, entre os quais a presid�ncia de Itaipu, Correios, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE) e at� o comando do BNDES.

O senador foi convencido por colegas da inviabilidade dos pedidos e do risco pol�tico que correria em sua base se apoiasse Dilma. N�o levou nada e ainda decidiu votar pelo afastamento.

O senador Rom�rio (PSB-RJ), que votou pela admissibilidade do impeachment, ficou indeciso sobre o afastamento definitivo poucos dias depois. A d�vida foi comunicada ao Planalto acompanhada de uma fatura. Ele pediu o comando da Secretaria Nacional de Promo��o dos Direitos da Pessoa com Defici�ncia e uma diretoria em Furnas. A primeira vaga j� havia sido prometida para a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Cadeirante e militante hist�rica, ela queria emplacar um nome da �rea. Rom�rio ganhou apenas o cargo, que ficou com a ex-deputada Rosinha da Adefal.

Ex-presidente do Cruzeiro, o senador Zez� Perrella (PTB-MG) conseguiu p�r seu filho, Gustavo Perrella, na Secretaria Nacional do Futebol e de Defesa dos Direitos do Torcedor.

Em outra frente de press�o, Temer � cobrado a se posicionar politicamente em disputas locais. O caso mais emblem�tico � o do Amazonas, onde o prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio (PSDB), aliado do senador Omar Aziz (PSD), � advers�rio do senador Eduardo Braga (PMDB). Todos s�o aliados de Temer e estar�o em lados opostos na elei��o municipal.

O senador peemedebista reivindica o apoio do presidente em exerc�cio para seu candidato, Marcos Rota. J� Aziz quer que Temer ajude Virg�lio. No Placar do Impeachment do Estado, Braga consta como indeciso e Aziz n�o quis responder.

Temer enfrenta o mesmo dilema no Paran�, onde dois aliados, o governador Beto Richa (PSDB) e o senador �lvaro Dias (PV), s�o advers�rios pol�ticos e disputam influ�ncia em Itaipu.

Contas


Pela estimativa do Planalto, a cassa��o de Dilma est� nas m�os de 15 senadores. Hoje, 38 se posicionam a favor do impedimento - s�o necess�rios 54. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, se recusa a revelar a "estrat�gia" para evitar a volta da petista. "N�o vou revelar nomes, mas temos um controle di�rio dentro do Senado. Temos informa��o do movimento de todos, at� mesmo daqueles que se dizem indecisos", disse, em um almo�o com empres�rios na semana passada.

O titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, confirmou que tem dialogado com senadores que buscam espa�o no governo. "As conversas est�o sendo republicanas e n�o est� havendo essa press�o que se imagina, n�o", afirmou.

As articula��es s�o criticadas pela oposi��o. "Quando h� um processo de julgamento de uma presidente, h� uma altera��o da condi��o do senador, que vira juiz. No per�odo do julgamento, ele n�o pode negociar posi��o com cargo", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Senadores que estiveram com Temer disseram que n�o trataram do afastamento. "Ele n�o tocou no assunto. Eu disse que ele precisava de uma agenda para os exclu�dos e perguntei quem iria pagar pelo ajuste", disse Cristovam Buarque (PPS-DF), indeciso sobre o voto final e que tamb�m visitou Dilma. Na admissibilidade, ele votou contra a presidente.

H�lio Jos� relativizou suas demandas. Ele disse que sugeriu nomes "apenas quando foi consultado" e considerou um "folclore" a lista de cargos que teria apresentado. A assessoria de Rom�rio afirmou, por meio de nota, que n�o houve negocia��o por seu voto no impeachment e negou a demanda por uma diretoria em Furnas. Procurados, Perrella, Braga e Aziz n�o foram localizados. �lvaro Dias disse que "quer dist�ncia" de cargos.


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