Bras�lia - Uma empresa ligada ao secret�rio de Desenvolvimento Regional do Minist�rio da Integra��o Nacional, Glauco Rog�rio de Ara�jo Mendes, � suspeita de pagar propinas e lavar dinheiro para a Andrade Gutierrez no esquema de corrup��o investigado na Opera��o Lava Jato. Entre 2006 e 2012, a empreiteira repassou ao menos R$ 19,8 milh�es para a Arquieng Arquitetura e Engenharia, que est� em nome da m�e e da irm� de Mendes. A secretaria � chefiada atualmente pelo ministro Helder Barbalho (PMDB-PA).
Conforme documento da PF, os recursos transferidos � Arquieng eram lan�ados na contabilidade da empreiteira como custo de obras do governo federal, entre elas a implanta��o do Per�metro de Irriga��o Tabuleiro de Russas, no Cear�, tocado pelo Dnocs. O contrato para os servi�os foi assinado em 2002 com o cons�rcio formado pela Andrade e a OAS. Inicialmente, as interven��es custariam R$ 84 milh�es, mas aditivos inflaram o or�amento em R$ 19 milh�es.
Nos registros do Dnocs, a Arquieng consta como subcontratada da Andrade para a obra de irriga��o. A Lava Jato apura se a empresa efetivamente prestou servi�os � empreiteira ou foi usada apenas como "ve�culo" para a distribui��o de propinas. No laudo, a PF lista a empresa entre um grupo de 13 pessoas jur�dicas suspeitas de "operacionalizarem pagamentos indevidos e lavagem de capitais".
A quebra de sigilo banc�rio da Arquieng mostraram que, dos R$ 19,8 milh�es recebidos da Andrade entre 2006 e 2012, R$ 775 mil foram repassados em seguida � conta pessoal de Mendes. No entanto, a maior parte dos recursos da empresa (R$ 12,5 mi) foi paga por meio de saques em esp�cie ou cheques descontados na boca do caixa, o que refor�a as suspeitas de corrup��o. Mais R$ 1,2 milh�o consta como dinheiro que saiu, mas sem a identifica��o do recebedor.
Como dirigente do Dnocs, a partir de 2012, Mendes tinha inger�ncia direta sobre o projeto de Russas. Durante sua gest�o, a Andrade Gutierrez recebeu pelas obras R$ 44,5 milh�es, entre 2012 e 2014.
Defesas
A reportagem enviou questionamentos a Mendes por meio da assessoria do Minist�rio da Integra��o. Em nota, respondeu que o secret�rio assumiu o cargo na gest�o passada e n�o faz parte da "atual gest�o", embora ainda conste oficialmente como secret�rio. Informou que o pedido de exonera��o do "servidor" foi enviado ao Planalto em 1.º de junho e ainda "aguarda deferimento". A pasta alegou que Helder Barbalho "n�o tinha conhecimento das acusa��es" contra o Mendes e a Arquieng. "O ministro n�o recebeu doa��es da Arquieng em nenhuma de suas campanhas", acrescentou. Procurada, a Andrade afirmou que n�o iria se pronunciar.