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Estado de Minas

Delator cita propina a Cunha em 12 opera��es do FI-FGTS


postado em 01/07/2016 12:37 / atualizado em 01/07/2016 13:44

Bras�lia - O ex-vice presidente da Caixa F�bio Cleto relatou em dela��o premiada que o presidente afastado da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu propinas em 12 opera��es de grupos empresariais que obtiveram aportes milion�rios do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS).

Em depoimentos prestados � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), ele contou que Cunha cobrava comiss�es vari�veis, de 0,3%, 0,5% ou at� mais de 1% dos repasses feitos pelo fundo, conforme fonte com acesso �s investiga��es relatou ao jornal O Estado de S. Paulo.

Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava tamb�m o Comit� de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas.

Aos procuradores da Opera��o Lava Jato, o delator contou que tinha reuni�es semanais com o peemedebista, em Bras�lia, para informar de forma pormenorizada quais grupos buscavam apoio do banco p�blico e definir quais seriam os alvos do achaque.

Conforme o relato aos investigadores, esses encontros ocorriam todas as ter�as-feiras, por volta das 7h30, primeiro no apartamento funcional do deputado. Depois que ele assumiu a Presid�ncia da C�mara, teriam passado a ocorrer na resid�ncia oficial da Casa, no Lago Sul.

Para confirmar os encontros, ele indicou � PGR o nome do motorista da Caixa que o levava. Tamb�m entregou c�pias de seus votos no comit� do FI-FGTS e uma planilha com a presta��o de contas do esquema, produzida pelo operador do mercado financeiro L�cio Bolonha Funaro, preso nesta sexta-feira, 1.

Cleto explicou que, ao tomar conhecimento das informa��es, Cunha apontava quais aportes lhe interessavam e pedia que o vice-presidente da Caixa trabalhasse para viabilizar a aprova��o. Nos demais casos, a ordem seria para "melar" as opera��es.

O ex-vice-presidente disse que n�o cobrava pessoalmente propina das empresas. A tarefa caberia ao pr�prio Cunha ou a Funaro, que o teria apresentado ao peemedebista. Do valor supostamente pago por cada empresa, o deputado ficaria com 80%. Cleto admitiu que recebia uma parte menor, cujo valor era sempre estipulado pelo deputado. O dinheiro, segundo ele, era sempre depositado pela Carioca Engenharia numa conta na Su��a.

Opera��es


Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se � capta��o de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, que tamb�m controla a Friboi. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilh�o para obras numa f�brica em Tr�s Lagoas (MT), mas acabou reduzido para R$ 940 milh�es. Nesse caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comiss�o. Ele afirmou que sua parte foi de R$ 940 mil.

O delator contou que a negocia��o do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele por Funaro num jantar na casa do operador financeiro.

Cleto afirmou ainda ter trabalhado para viabilizar participa��o acion�ria do FI-FGTS na Brado Log�stica, grande transportadora de cont�ineres que tem a Am�rica Latina Log�stica (ALL) como s�cia. O projeto, de R$ 400 milh�es, foi aprovado em 2013 com aval de Cunha. O vice-presidente da Caixa disse ter sido informado de que a propina para o deputado, nesse caso, foi de 0,5% (R$ 2 milh�es). O delator reconheceu aos investigadores ter ficado com R$ 80 mil.

Outro aporte, de R$ 386,7 milh�es, teria envolvido uma comiss�o de 0,3% a Cunha ou R$ 1,16 milh�o. Trata-se de opera��o negociada pelo FI-FGTS, em 2012, com a empresa Metr� Rio, da Invepar, que tem participa��o da OAS.

Cleto relatou que o deputado lhe pediu para ajudar nessa opera��o e relatou aos investigadores o "�timo" relacionamento dele com o dono da OAS, Leo Pinheiro, j� condenado por envolvimento nos esquemas de corrup��o da Lava Jato.

O presidente afastado da C�mara tamb�m teria obtido comiss�o de 1% pela emiss�o de R$ 250 milh�es em deb�ntures pelo FI-FGTS, pleiteada pela OAS para obras no Corredor Raposo Tavares, em S�o Paulo, e na Concession�ria Rota do Atl�ntico, em Pernambuco. A comiss�o corresponderia a uma propina de R$ 2,5 milh�es. J� Cleto teria ficado com R$ 100 mil.

Cleto lembrou na dela��o que pediu para "ajudar" nessa opera��o. Outro caso relatado foi o repasse de R$ 90,5 milh�es para a Empresa de Saneamento de Tocantins (Saneatins), controlada pela Odebrecht Ambiental.

A opera��o foi aprovada setembro de 2011. Cleto afirmou que Cunha pediu seu apoio para aprovar opera��o para que o FI-FGTS se tornasse, com o investimento, acionista da empresa. O ex-vice-presidente da Caixa contou que Cunha lhe disse ter ficado tamb�m com 1% do valor, o que equivale a R$ 905 mil. O delator disse ter embolsado R$ 36 mil.


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