
"Quando um presidente � eleito para um mandato de quatro anos, ele faz acordos, mas tamb�m escolhe quem ele quer para o minist�rio, chama um t�cnico, algu�m da sociedade civil. A situa��o do Temer � diferente, pois ele precisava fazer uma composi��o partid�ria, para conseguir ter uni�o, passar leis necess�rias, resolver o legado do governo Dilma, que deixou um verdadeiro caos na economia", comentou em entrevista para o programa Entre N�s, da TV Estad�o.
Marta diz ainda que foi bom ter algu�m com o perfil de Temer para assumir o governo ap�s o afastamento da presidente Dilma Rousseff, j� que poucos pol�ticos t�m a sua capacidade de aglutinar o Congresso e passar projetos dif�ceis que precisam ser aprovados para ajustar a economia.
"O Temer aceitou indica��es partid�rias, e agora a cada hora tem de tirar um ministro (envolvido em esc�ndalos de corrup��o), mas com isso j� passamos v�rias leis que com Dilma eram imposs�veis". Segundo a senadora, no governo Dilma o Pa�s estava paralisado, sem conseguir encaminhar nenhum projeto.
Defensora do impeachment, Marta afirmou que h� base legal para a sa�da de Dilma, mas ressalta que a presidente afastada tamb�m caiu por erros pol�ticos. "Ela caiu pela quest�o jur�dica, que existe mesmo, mas se tivesse sido uma �tima administradora, isso n�o estaria nem em pauta. O impeachment tem como base principal a quest�o pol�tica, a dificuldade dela de dirigir o Pa�s".
Questionada sobre sua sa�da do PT e ida para o PMDB, Marta afirmou que escolheu o novo partido porque sentiu que l� teria espa�o para defender seus ideais. "No PMDB tem gente mais conservadora, mas tamb�m tem gente de vanguarda, tem muita liberdade de pensamento."
Al�m disso, ela citou os esc�ndalos de corrup��o envolvendo a antiga legenda. "Todos os partidos t�m comprometimentos, mas no PT era recurso p�blico na veia, de forma organizada, sistem�tica, um modelo de manuten��o no poder. O PMDB tem gente investigada, como tem no PSDB, no PSB, todos t�m, mas n�o tem uma organiza��o criminosa dentro, e isso � um diferencial."
S�o Paulo
Na entrevista, Marta fez um retrospecto de sua administra��o como prefeita de S�o Paulo, entre 2001 e 2004. Ela disse que criou "v�rias pol�micas", porque fazia o que achava que tinha de ser feito, mas reconheceu que lhe faltou sensibilidade em alguns temas.
"Era uma �poca muito dif�cil, com desemprego e viol�ncia na cidade. Eu propus a taxa do lixo, que era de apenas R$ 6, valia a pena do ponto de vista de custo-benef�cio, mas eu n�o tive sensibilidade de perceber que a popula��o n�o queria aceitar mais um �nus financeiro em um momento dif�cil", comentou.
A pr�-candidata ainda reprovou o excesso de radares de tr�nsito implementados na administra��o de Fernando Haddad (PT). Segundo ela, existe uma "ind�stria da multa" que arrecada mais de R$ 1 bilh�o por ano. "Agora o guarda municipal, que deveria estar nas portas das escolas, pode te multar de cima de uma ponte, com um radar manual", criticou.