
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou aos parlamentares da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) que o julgamento a que est� sendo exposto � um processo “obviamente pol�tico”. Disse que ele tem sido v�tima por ter adotado pautas que tratam de assuntos pol�micos e que “incomodam muita gente”. Ele ainda colocou na conta da aprova��o de sua cassa��o o fato de ter derrotado o candidato do PT na �poca em que foi eleito para presid�ncia da C�mara. Cunha tamb�m negou que tenha mentido em rela��o � exist�ncia das contas no exterior, motivo da aprova��o da cassa��o dele no Conselho de �tica. Durante sua fala, ele alertou os colegas sobre a possibilidade de no futuro serem alvo do mesmo tipo de processo. “Hoje, sou eu. � o efeito Orloff: Voc�s, amanh�”.
“Obviamente meu julgamento � pol�tico. Um processo pol�tico que se d� pelo inconformismo que come�ou com rela��o a minha elei��o, em primeiro turno, quando derrotei o candidato da presidente afastada, do PT, e derrotei tamb�m os candidatos apoiados pelas oposi��es e pelas pautas que foram por mim colocadas”, afirmou.
Ainda sobre as contas, ele afirmou que nunca negou a exist�ncia e a em nome de sua esposa, a jornalista Cl�udia Cruz, n�o se trata de offshore ou trusts.
Em outro momento de sua fala, Cunha usou tom apocal�ptico ao dizer que o drible as regras que estaria sendo feita para conden�-lo, poderia, posteriormente, ser usada contra os parlamentares que hoje fazem o julgamento do caso dele. “Eu sempre entendi que n�o queria que fosse aplicado a minha o que n�o seria feito contra os outros. Mas, fiquem cientes, o que est� acontecendo comigo pode atingir os senhores posteriormente”, anunciou. “Hoje, sou eu. � o efeito Orloff: Voc�s, amanh�”, disse.
O presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos Ara�jo (PR-BA), que, mais cedo, disse que o longo per�odo em que o caso de Cunha esteve no conselho foi provocado por manobras teve a fala rebatida pelo peemedebista. Para Cunha, Ara�jo “errava propositalmente” para “aparecer mais na m�dia”. Em diversos momentos, ele fez cr�ticas � tramita��o do processo contra ele no conselho.
Antes de encerrar sua argumenta��o, Cunha disse que cabe � CCJ zelar para que o regimento da C�mara e, assim, evitar “absurdos” que possam ferir direitos. Disse ainda a tranita��o da cassa��o dele s� poderia ter sequ�ncia ap�s ele ter o direito de voltar ao exerc�cio do mandato. “� muito controverso se o processo poderia continuar com o meu mandato suspenso. Eu n�o estou no exerc�cio do meu mandato. O processo deveria ser sobrestado at� eu voltar ao exerc�cio do meu mandato", declarou.
Cunha chegou ao colegiado pouco depois das 14h, acompanhado de seu advogado, Marcelo Nobre. Cunha e Nobre usaram todo o tempo destinado � defesa, que foi de duas horas e 32 minutos.
Derrota
Um dos fieis defensores de Eduardo Cunha tanto no Conselho de �tica quanto na CCJ, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), prop�s em requerimento que a discuss�o do parecer do relator fosse adiado por 10 dias. A medida, no entanto, imp�s a primeira derrotada de Cunha no colegiado da comiss�o. A proposta foi rejeitada por 40 votos contr�rios a ela e apenas 11 favor�veis. Houve uma absten��o.
Por volta das 19h20, o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR), comunicou o in�cio da ordem do dia no plen�rio da Casa e encerrou os trabalhos da comiss�o. Outra sess�o para continuar a discuss�o sobre o parecer de Cunha foi marcada para �s 9h30 desta quarta-feira.