

No primeiro dia como presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), se reuniu ontem com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e com presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) para discutir uma pacifica��o entre Legislativo e Executivo. Segundo Maia, � “fundamental que C�mara e Senado voltem a dialogar”. Temer tamb�m destacou a import�ncia de uma rela��o “distensionada” com o Congresso para destravar pautas importantes para o Pal�cio do Planalto.
Com os encontros de sua primeira agenda como presidente, Maia demonstrou que vai buscar uma rela��o bem diferente da que era adotada pelo ex-presidente da Casa. Eduardo Cunha (PMDB) protagonizou nos �ltimos anos duros embates com Renan Calheiros e, desde o in�cio do segundo mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), se declarou inimigo do Planalto.
Antes de se reunir com Renan e Temer, Maia fez uma visita pela manh� com o presidente do PSDB, senador A�cio Neves, para agradecer o apoio a sua elei��o e discutir temas que podem entrar na pauta da C�mara nos pr�ximos meses. O tucano citou a reforma pol�tica como um dos t�picos mais importantes para o parlamento. “A reforma pol�tica talvez seja, fora dos temas econ�micos, uma agenda urgente para que C�mara e Senado, juntos, possam debater e fazer mudan�as um pouco mais profundas no sistema eleitoral brasileiro”, disse A�cio.
Depois de se reunir com o tucano, Maia passou no gabinete do senador Fernando Bezerra (PSB), mas n�o encontrou o parlamentar. O democrata esteve ainda na lideran�a do PMDB e do DEM, mas n�o encontrou os parlamentares nos locais. No fim da manh� foi recebido pelo presidente interino Michel Temer, no Pal�cio do Planalto.
Com receio de um prolongamento do racha na base aliada, que pode significar um atraso em vota��es importantes da C�mara, Temer aproveitou o primeiro encontro com Maia para iniciar uma estrat�gia de curar as feridas abertas pelo processo parlamentar. Deputados de partidos menores que fazem parte do bloco chamado “Centr�o”, que apoiava o nome de Rog�rio Rosso (PSD), indicado por Eduardo Cunha, reclamaram durante a vota��o da interfer�ncia do Planalto.
Em reuni�o de cerca de meia hora, o peemedebista fez um apelo ao democrata pela retomada do clima de estabilidade na C�mara e defendeu que eventuais rupturas ou desentendimentos criados durante a disputa eleitoral sejam superados em nome da governabilidade.
Temer pediu celeridade na an�lise da pauta de interesse do Planalto na volta do chamado “recesso branco”, em agosto. Ele citou, por exemplo, o teto para os gastos p�blicos, a renegocia��o das d�vidas estaduais e as reformas trabalhista e previdenci�ria. O presidente do Senado participou da reuni�o e defendeu a ado��o de uma “agenda de unidade nacional” no segundo semestre. Ela incluiria alguns t�picos da chamada “Agenda Brasil”, documento lan�ado pelo PMDB.
Reaproxima��o
Rodrigo Maia afirmou que as duas casas legislativas precisam se unir para discutir propostas de recupera��o da economia e defendeu que tamb�m seja retomada a discuss�o sobre a reforma pol�tica. “Vou trabalhar junto com o presidente Renan Calheiros e n�s, deputados e senadores, vamos trabalhar juntos, para construir pautas em conjunto para superar a crise. � fundamental que as duas casas voltem a ter di�logo saud�vel, que deixamos de ter h� muito tempo”, disse Maia.
Nas conversas no Planalto, o resultado da vota��o da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a, que derrotou o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e mandou seu processo para o plen�rio, onde ser� apreciado em agosto, tamb�m foi rapidamente tratado. O consenso � de que o quadro � totalmente desfavor�vel ao peemedebista. Com este cap�tulo encerrado, h� quem defenda que se comecem a destravar nomea��es a partir da semana que vem.