Falta de saneamento b�sico e poeira ainda s�o rotina na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte

Morador antigo de General Carneiro, distrito de Sabar�, Orlandino Francisco, de 72 anos, viu seu bairro passar por enormes transforma��es desde que se mudou com a fam�lia de Caratinga, no Vale do Rio Doce, para a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, em 1982. Em ritmo acelerado, novos moradores chegam a cada dia, abrindo ruas e becos e construindo novas casas. As melhorias na infraestrutura, no entanto, n�o acompanham a velocidade do crescimento urbano no distrito. Algumas obras de saneamento e asfaltamento avan�aram nas �ltimas d�cadas, melhorando as condi��es nas principais vias da regi�o. Mas, para muitos moradores, a falta de saneamento b�sico e a poeira continuam sendo parte da rotina.

O distrito foi inclu�do na segunda etapa do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), mas apenas uma rua foi pavimentada, ao custo de R$ 1 milh�o. Moradores que esperavam ver as obras de urbaniza��o chegarem at� suas ruas cobram a retomada das interven��es. A pavimenta��o de ruas em General Carneiro permanece na lista de obras em a��o preparat�ria do Minist�rio do Planejamento. “Esper�vamos que as ruas onde moram a maioria das pessoas do bairro fossem asfaltadas tamb�m. O in�cio foi bom, com melhorias nas ruas principais que permitiram que os �nibus subissem at� certo ponto no bairro. Mas a maioria das ruas continua pura poeira e barro”, conta Orlandino.

Duas ruas acima, as moradoras Andreia Cruz Ces�rio e Lucineia Gomes reclamam da dificuldade para chegar em casa e contam que obras de melhorias come�aram h� dois anos, mas ficaram pelo caminho. “Quase todas as crian�as do bairro sofrem com problemas respirat�rios por causa da poeira que sobe a cada carro ou moto que passa na porta das casas. No fim do ano retrasado, come�aram a mexer na rua, mas o servi�o se perdeu todo logo na primeira chuva do fim do ano. Desde ent�o, as ruas da parte de cima do bairro est�o completamente abandonadas”, reclama Andreia.

Os investimentos do governo federal na regi�o foram motivo de audi�ncias p�blicas na Assembleia Legislativa, mas a libera��o de verbas permanece em ritmo lento. A Prefeitura de Sabar� informou que “entrou com os pedidos para asfaltamento de v�rias ruas no munic�pio h� tr�s anos, mas infelizmente n�o foi contemplada”. Informou tamb�m que outras ruas foram inclu�das em conv�nios com o governo estadual e devem ser finalizadas em breve.

POPULA��O FAZ PEDIDOS EM V�O

A falta de perspectivas para a retomada de obras de saneamento b�sico e pavimenta��o tamb�m � motivo de reclama��es por moradores do Bairro Palhano, na divisa dos distritos de Piedade do Paraopeba e Casa Branca, em Brumadinho. No in�cio de 2015, eles comemoraram o in�cio do trabalho de caminh�es e tratores nas ruas de terra do bairro, mas a obra n�o foi adiante. “N�o chegaram nem a terminar a limpeza das ruas. A pavimenta��o que tanto pedimos, n�o veio”, conta o vendedor Paulo S�rgio, 29.

No in�cio do ano, um grupo de moradores formalizou na Justi�a uma reclama��o sobre a falta de recursos para as obras de pavimenta��o. “Essa obra j� foi motivo de muita briga e continuamos cobrando. Para os moradores, n�o importa que tipo de programa ou se a verba � federal ou municipal, o que queremos � ter condi��es b�sicas para viver bem”, afirma Belarmina Correia Sim�es, 57.

Outras cidades da regi�o metropolitana que t�m obras inclu�das no PAC informaram que aguardam a libera��o de verbas pelo governo federal. Em Ribeir�o das Neves, obras de pavimenta��o nos bairros Veneza e implanta��o de sistema de esgotamento sanit�rio para 20 mil resid�ncias est�o na espera por recursos federais. “A Prefeitura de Ribeir�o das Neves informa que, embora tenha cumprido todas as prerrogativas exigidas pelo governo federal, ainda est� aguardando a libera��o de recursos (repasses) que j� deveriam ter sido efetuados em favor do munic�pio”, diz em nota.

O Minist�rio das Cidades informou que 80 a��es de saneamento foram conclu�das na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, com gastos de aproximadamente R$ 2 bilh�es. Outras 48 obras est�o em a��o preparat�ria ou em andamento, com previs�o de investimentos da ordem de R$ 1,7 bilh�o. “Destaca-se que os valores desembolsados seguem o andamento das obras e por essa raz�o n�o � poss�vel afirmar o montante a ser desembolsado at� o final do ano”, diz a nota.