Bras�lia - O ex-advogado-geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo, saiu em defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que se tornou r�u nesta sexta-feira pela Justi�a Federal de Bras�lia no inqu�rito em que ele foi denunciado pelo Minist�rio P�blico Federal por tentar atrapalhar as investiga��es da Opera��o Lava-Jato. Para Cardozo, o processo de Lula n�o deve interferir no impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Cardozo disse que tem "absoluta convic��o de que Lula ir� apresentar a sua defesa e provar a sua inoc�ncia". O ex-presidente � acusado de tentar obstruir a Justi�a.
"Esse � um processo criminal que est� come�ando e o presidente Lula n�o teve ainda a oportunidade de fazer a sua defesa, agora ele ter� a oportunidade de mostrar os fatos. Infelizmente as pessoas prejulgam quando lhes interessam", disse. "Talvez que venha essa situa��o para o bem, para ele mostrar o que realmente aconteceu, o que n�o podemos � prejulgar", defendeu.
Questionado sobre qual fun��o � mais dif�cil de exercer, entre ser o defensor de Dilma no processo impeachment e ministro da Justi�a, Cardozo disse que como ministro era criticado de forma un�nime, tanto pela oposi��o, como por aliados. Ele disse que � mais f�cil ser o advogado de Dilma, pois a defesa da presidente afastada � muito "clara e evidente". "Mesmo os que n�o concordam com a gente t�m que reconhecer que h� raz�o no que est� sendo falado (pela defesa da presidente). Enquanto como ministro voc� fica entre dois fogos, enquanto advogado eu sinto menos fogo at� de quem n�o pensa como eu penso. Porque quando voc� tem uma verdade muito forte � dif�cil argumentar", justificou.
O ex-ministro disse que n�o possui nenhum problema com o PT. Desde que entrou no partido, na d�cada de 1980, afirmou que sua trajet�ria foi marcada por muitas disputas e cr�ticas muito pesadas, mas que isso n�o o fez desacreditar no projeto e nem guardar m�goas da legenda. "Eu sei que muitas pessoas no meu partido erraram, como pessoas de todos os partidos erram, mas eu n�o posso confundir as convic��es, as cren�as e as bandeiras com situa��es de pessoas que cometem equ�vocos. Por isso, continuo defendendo o projeto de PT, de transforma��o, de combate � exclus�o social, de apego � democracia (...). Se algu�m no PT cometeu erros, que pague, mas que n�o se criminalize a institui��o." Ele disse ainda que est� � inteira disposi��o para participar da campanha do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad, � reelei��o.