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Estado de Minas

PF mapeia doa��es eleitorais de empreiteira do cartel da Petrobras nos Estados


postado em 03/08/2016 12:55 / atualizado em 03/08/2016 13:04

S�o Paulo, 03 - Novos laudos elaborados pelos peritos da Pol�cia Federal na Lava Jato identificaram pela primeira vez a "tend�ncia" de as doa��es eleitorais das empresas do Grupo UTC nos Estados coincidir com os candidatos e siglas que est�o a mais tempo no poder nestes locais.

At� ent�o, a Lava Jato ainda n�o havia relacionado as doa��es eleitorais das empresas investigadas aos contratos que elas possuem nos Estados e os candidatos regionais.

Al�m de constatar que as maiores doa��es das empresas do Grupo foram para as siglas com as maiores bancadas no Congresso, o que vai de encontro � dela��o do dono da UTC Ricardo Pessoa, que afirmou que as doa��es eleitorais buscavam "abrir portas" no Legislativo, a Pol�cia Federal tentou confirmar tamb�m o trecho da dela��o do empreiteiro que liga o interesse da empresa em obras nos Estados e munic�pios �s doa��es em �pocas de campanha.


Ao mapear todas as doa��es das empresas do Grupo de 2006 a 2014, os peritos identificaram que, dentre as maiores doa��es, logo abaixo dos repasses nacionais (cuja maior parcela vai para o PT, que esteve 13 anos � frente no governo federal) aparecem as doa��es para candidatos e diret�rios estaduais de S�o Paulo (h� mais de 20 anos comandado pelo PSDB) e Bahia (h� mais de oito anos comandado pelo PT).

Ao todo, no per�odo, foram R$ 22,3 milh�es para pol�ticos e partidos paulistas, dos quais a maior parcela foi destinada ao PSDB (R$ 5,6 milh�es), seguido pelo PT (R$ 3,7 milh�es), DEM (R$ 3,5 milh�es) e PC do B (R$ 3 milh�es).

J� na Bahia, as doa��es somaram R$ 14 milh�es, sendo que mais da metade disso foi abocanhada pelo PT (R$ 7,5 milh�es) ficando a segunda maior parcela com o DEM (R$ 1,8 milh�o).

Nem o governo estadual da Bahia e nem os diret�rios nacionais do PT e do PSDB quiseram comentar a rela��o. O diret�rio estadual do PT baiano n�o retornou os contatos da reportagem.

Em nota, o diret�rio estadual do PSDB de S�o Paulo informou que o laudo da PF n�o � "conclusivo" e que o Estado de S�o Paulo � o "maior da Federa��o" e por isso ter� sempre um grande volume de obras e doa��es eleitorais "independentemente da rela��o entre as duas coisas".

A assessoria do governador Geraldo Alckmin informou que "nenhuma empresa privada assina contrato com o Governo de S�o Paulo sem que tenha precedido de processo de licita��o p�blica (...). Em S�o Paulo, as licita��es podem ser acompanhadas pela internet e passam pelo crivo n�o s� de agentes p�blicos, mas de �rg�os de controle externo como o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e do pr�prio Minist�rio P�blico". Disse, ainda, que "na dela��o a que se refere a reportagem, n�o h� qualquer men��o de doa��es irregulares �s campanhas de Geraldo Alckmin, que teve todas as contas declaradas e aprovadas pela Justi�a Eleitoral".

A assessoria de Fernando Haddad afirmou que "manifesta��es de Interesse Privado s�o comuns na Prefeitura" e que a "UTC jamais apresentou qualquer proposta ou projeto � Prefeitura na gest�o Haddad."

A Pol�cia Federal apontou as conclus�es ao cruzar os dados das duas principais empresas do Grupo e que est�o sob investiga��o na Lava Jato: a UTC Engenharia e a Constran. Enquanto a primeira atua principalmente na �rea de �leo e G�s tendo seus principais contratos com a Petrobras, a segunda atua na �rea de engenharia civil, com contratos milion�rios com diferentes �rg�os p�blicos federais, estaduais e at� municipais para obras como estradas, ferrovias e at� habitacionais.

Al�m de relacionar as doa��es por Estado, os peritos descobriram que as empresas do Grupo UTC utilizavam a conta cont�bil "Fornecedores Diversos" para cuidar das doa��es eleitorais. A pr�tica n�o � ilegal, mas chamou a aten��o dos peritos por indicar justamente que as doa��es estariam relacionadas ao fornecimento de "bens e/ou servi�os futuros e/ou pret�ritos por parte dos agentes pol�ticos".

A rela��o contraria o que disse Pessoa em sua dela��o. Questionado sobre o porqu� do aumento das doa��es das empresas do Grupo nos per�odos eleitorais, o empreiteiro foi claro: "o declarante (Ricardo Pessoa) tomou conhecimento das prioridades de cada governo durante a campanha e depois das elei��es realiza propostas de neg�cios de interesse do Estado ou do Munic�pio e tamb�m da UTC", afirmou.

Mato Grosso do Sul

Ao mesmo tempo em que identificaram a "tend�ncia", os peritos da Lava Jato apontaram que, no caso do Mato Grosso do Sul, 57% de todas as doa��es das empresas do Grupo para candidatos e partidos daquele Estado foram para a campanha ao governo de Delc�dio Amaral, ent�o filiado ao PT.

O hoje ex-senador e delator da Lava Jato foi derrotado naquele ano para o tucano Reinaldo Azambuja, o primeiro do PSDB a assumir o governo estadual depois de 15 anos de altern�ncia de PT e PMDB no Estado.


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