Bras�lia, 05 - O Pal�cio do Planalto minimizou ontem as cr�ticas feitas por l�deres do PSDB de que o governo interino de Michel Temer est� sendo condescendente com o afrouxamento do controle dos gastos p�blicos. Reportagem publicada na quinta-feira, 4, mostrou que alas tucanas cobram que a gest�o do presidente em exerc�cio deixe de fazer concess�es ap�s a vota��o final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Na avalia��o de interlocutores de Temer, as queixas do PSDB n�o foram feitas diretamente ao Planalto e significam mais um "discurso para a plateia" e uma "prega��o interna". Auxiliares do presidente em exerc�cio lembram que os tucanos apoiaram a aprova��o dos projetos de reajuste do funcionalismo. Tamb�m citam o fato de o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ex-promotor, ter sido um dos que articularam, no projeto de renegocia��o das d�vidas dos Estados com a Uni�o, a retirada do Minist�rio P�blico estadual das contrapartidas.
Sampaio � aliado pr�ximo de A�cio Neves no PSDB. O senador mineiro, presidente nacional da legenda, tem feito cr�ticas reservadas ao que chama de "leni�ncia" e "flexibilidade" do governo no ajuste das contas.
O Planalto avalia ainda que o pano de fundo das cr�ticas � a sucess�o presidencial de 2018, na qual o governo poderia despontar com dois candidatos: o pr�prio Temer, conforme defendido em entrevista ao Estado no domingo pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles - que fez recuos no projeto da renegocia��o das d�vidas.
Para o governo, houve um "exagero" nas reclama��es e n�o h� qualquer cen�rio de crise com os tucanos, considerados aliados importantes. Tanto � assim que Temer tentou jantar na ter�a e na quarta-feira desta semana com A�cio e outros parlamentares da legenda. Por�m, por desencontro de agendas, o encontro foi transferido para a pr�xima semana.
O governo tamb�m atuou durante o dia para delimitar as cr�ticas � entrevista e ao discurso do senador Jos� An�bal (PSDB-SP), suplente do chanceler Jos� Serra. Na quinta, An�bal defendeu um posicionamento "inflex�vel" de Meirelles para impedir a aprova��o de concess�es a projetos do ajuste fiscal, em especial da renegocia��o das d�vidas. A fala de An�bal, representante da ala serrista do PSDB, teve aval do presidente do partido.
O l�der do governo no Senado, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP), conversou com A�cio e com o l�der do PSDB na Casa, C�ssio Cunha Lima (PB), para manifestar que o Pal�cio do Planalto est� atento a eventuais concess�es.
'Fechar a torneira'
Al�m das declara��es de An�bal, o Instituto Teot�nio Vilela, bra�o de formula��es te�ricas do PSDB presidido por ele, publicou um texto em que afirma que o governo Michel Temer precisa "fechar a torneira dos gastos", uma vez que "a gaveta das bondades continua sem ferrolho".
A�cio, por sua vez, recebeu a visita do presidente da C�mara em casa. Na conversa, eles concordaram que h� uma preocupa��o com a postura que o governo vai adotar ap�s o impeachment. Maia tem atuado para distensionar o clima entre Temer e o PSDB, partido com tr�s potenciais presidenci�veis - A�cio, Serra e o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, tentou ontem cumprir essa fun��o de apaziguar os �nimos. "O PSDB tem um minist�rio important�ssimo, quem sabe o mais importante, tem a lideran�a do governo no Senado. Claro que algu�m pode questionar algum tipo de a��o do governo, n�o temos compromisso com o erro. Se amanh� o presidente Michel entender que deva ser mudada alguma posi��o, certamente mudar�. Por enquanto, n�o h� nenhuma mudan�a", disse Padilha durante passagem pelo Rio. (Colaborou Luciana Nunes Leal) As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.