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Estado de Minas VERGONHA EM DOSE DUPLA

Bate-boca entre senadores volta a tumultuar julgamento de Dilma

Pelo segundo dia consecutivo, senadores batem boca no plen�rio durante julgamento de Dilma. Desta vez com interven��o de Renan, que teve de se explicar sobre ajuda a Gleisi Hoffmann


postado em 27/08/2016 06:00 / atualizado em 27/08/2016 11:52

Renan Calheiros tentou acalmar os ânimos após bate-boca, mas acabou criticado por Gleisi Hoffmann, Lindbergh e outros senadores(foto: GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO)
Renan Calheiros tentou acalmar os �nimos ap�s bate-boca, mas acabou criticado por Gleisi Hoffmann, Lindbergh e outros senadores (foto: GERALDO MAGELA/AG�NCIA SENADO)

Bras�lia – Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) voltaram a protagonizar cenas vergonhosas no plen�rio pelo segundo dia consecutivo, desta vez com a interven��o do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para quem o julgamento de Dilma parece estar ocorrendo em um hosp�cio. O bate-boca obrigou o presidente da sess�o, Ricardo Lewandowski, a interromper os trabalhos duas vezes em menos de meia hora. Caiado voltou a insinuar que o senador petista usava drogas. “Tem uma cracol�ndia dentro do seu gabinete”, disse, referindo-se a Lindbergh como “bandido” e “desqualificado”. Lindbergh rebateu e voltou a gritar que Caiado tinha liga��es com o contraventor Carlinhos Cachoeira. “Cachoeira � que sabe da sua vida.” Os dois tiveram que ser contidos por aliados.

Ap�s a nova briga, Renan tentou acalmar os �nimos, mas acabou piorando a situa��o. Ao suspender a sess�o, Lewandowski informou que Renan iria se pronunciar. O presidente do Senado disse ent�o que a Casa est� perdendo oportunidade de se afirmar como institui��o representativa da sociedade e pediu desculpas ao depoente Luiz Gonzaga Belluzzo, testemunha de defesa de Dilma, pelo “constrangimento” gerado pelos colegas. “Vossa Excel�ncia (Lewandowski) est� sendo obrigado a presidir um julgamento em um hosp�cio”, disse. Renan tamb�m pediu desculpas ao ministro e ao pa�s pelo comportamento dos senadores. Logo depois, por�m, o peemedebista disse: “Fico muito triste porque essa sess�o mostra que a burrice � infinita. Ontem, a Gleisi chegou a dizer que o Senado n�o tem moral para julgar o impeachment”, afirmou. “Justamente a senadora que o presidente do Senado livrou de um indiciamento no STF.” Gleisi rebateu o coment�rio e, a partir deste momento, a confus�o se tornou generalizada.

Lindbergh Farias criticou Renan: “Acredito que o presidente Renan perdeu a chance de ficar calado”. Diversos senadores levantaram de suas cadeiras e partiram para cima do presidente do Senado. Outras discuss�es paralelas tomaram conta do plen�rio. Aos gritos de “baixaria, baixaria”, Lindbergh amea�ou ler em plen�rio a dela��o de S�rgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que citou pol�ticos em conversas que pareciam operar pelo processo de impeachment. Lewandowski teve de suspender a sess�o mais uma vez e decidiu s� retomar os trabalhos ap�s o almo�o.

No in�cio da tarde, Lewandowski reabriu a sess�o anunciando o fim das interven��es dos senadores no discurso de outros parlamentares. Em nome dos aliados da presidente afastada, o senador Jorge Viana (PT-AC) procurou senadores do PSDB para mediar uma proposta de baixar as armas, focar no debate de m�rito das testemunhas de defesa e retirar todos o “pela ordem”, que atrasam as falas. Os favor�veis ao impeachment retiraram os questionamentos �s testemunhas e avisam que era importante “evitar a provoca��o” dos aliados de Dilma. “O jogo est� jogado e os petistas acham que s� t�m chance se criarem fatos novos. Por isso est�o se exaltando. Temos que ter consci�ncia e n�o cair nas provoca��es”, afirmou o presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino (RN).

“Vamos baixar a bola e ouvir as testemunhas de defesa. Interessa-nos o debate de m�rito. Ontem ganhamos o debate”, afirmou Lindbergh. Caiado disse que abriram m�o de questionar as testemunhas de defesa que s�o “militantes e n�o t�m nada a acrescentar” ao processo. O senador afirmou que a sociedade acompanha a sess�o e vai perceber quem realmente est� provocando os confrontos: “A sociedade est� analisando bem, est� vendo os que est�o provocando, agredindo e usando palavr�o. A toda a��o h� uma rea��o. Ningu�m ali est� para ficar apenas ouvindo de pessoas que n�o t�m a qualifica��o moral para falar de qualquer senador”.

NOTA
O mal-estar gerado por suas declara��es levou Renan Calheiros a divulgar nota � tarde para explicar sua interven��o no STF para ajudar Gleisi. Disse que sua a��o junto ao STF foi “impessoal” e, como presidente do Senado, para defender direitos da pr�pria senadora. “Como se constata, as interven��es do Senado s�o impessoais, transparentes e ditadas pelo dever funcional no intuito de defender a institui��o e as prerrogativas do mandato parlamentar. O presidente do Senado reitera a isen��o com a qual conduziu todo o processo e lamenta as recorrentes provoca��es em plen�rio”, diz a nota. Renan entregou c�pia da carta ao presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski.

Na nota, Renan explica que atuou de forma “institucional” para defender a senadora: a primeira ocasi�o foi no caso da a��o da PF em seu apartamento, quando foram feitas a��es de busca a apreens�o em im�vel funcional onde o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, chegou a ser preso. Na segunda, o Senado questionou o fato de Gleisi ser indiciada pela PF, j� que tem foro privilegiado e seu caso precisa passar pelo Supremo. “Trata-se de manifesta��o p�blica e institucional decorrente da opera��o de busca e apreens�o realizada no im�vel funcional ocupado pelo senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do indiciamento da senadora pela Pol�cia Federal”, diz a nota.

Mais cedo, Gleisi voltou a repetir, em entrevista a jornalistas, a afirma��o que desde quinta-feira vem provocando bate-bocas e rea��es irritadas de senadores na sess�o de julgamento. Gleisi disse que o Senado n�o tem moral para julgar Dilma porque boa parte dos senadores est� sendo investigada, e admitiu, quando questionada, que ela pr�pria est�. “O Senado n�o tem moral para julgar ningu�m porque boa parte dos senadores est� sendo investigada. Como eu vou fazer esse julgamento? Aponto o dedo para uma pessoa e tem tr�s dedos apontados para mim? Voc�s n�o est�o vendo, a presidente n�o cometeu crime de responsabilidade. Isso aqui � uma farsa”, disse Gleisi.

A senadora disse que iria ligar para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para conversar. Ela negou, no entanto, que tenha chamado Renan de “canalha”. Coincidentemente, o julgamento sobre a aceita��o da den�ncia contra Gleisi, inicialmente previsto para a pr�xima ter�a-feira, foi adiado. O caso foi retirado da pauta da 2ª Turma do STF, respons�vel por decidir se torna a senadora e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, r�us na Lava-Jato. A defesa de Gleisi afirmou que n�o fez pedido de adiamento, mas confirmou ter recebido a informa��o do Supremo de que o caso ficaria fora da sess�o da pr�xima semana.


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