A bancada do PT no Senado articula um modo de preservar os direitos pol�ticos da presidente Dilma Rousseff, mesmo que ela perca o mandato na vota��o do impeachment.
A proposta poder� ter apoio, espera-se, de muitos senadores que querem substituir Dilma pelo vice, Michel Temer, mas se veem constrangidos em aplicar uma pena t�o severa � presidente — a perda dos direitos pol�ticos.
De acordo com as regras do impeachment, ela n�o pode votar ou se candidatar a qualquer cargo pol�tico por oito anos.
Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegaram a propor a Dilma que renunciasse, em troca da desmobiliza��o na Casa para que os aliados de Temer n�o chegassem aos 54 votos.
Dilma, caso mantivesse os direitos pol�ticos na hip�tese de ren�ncia, sairia do PT e se filiaria ao PDT, partido que j� integrou, para concorrer em 2018 a uma vaga no Senado.
A ideia foi recha�ada por Dilma assim que chegou a seus ouvidos por emiss�rios de Renan. Ela disse reiteradas vezes que n�o renunciar�, pois n�o cometeu nenhum crime e � v�tima de um julgamento injusto.
A proposta dos aliados de Renan indica, por�m, sinais de que haveria espa�o para negociar uma solu��o menos severa a Dilma, pelo menos do ponto de vista pol�tico — h� grandes d�vidas sobre a margem constitucional, legal ou mesmo regimental em torno dessa opera��o, j� que a vincula��o entre descontinuidade do mandato e perda dos direitos pol�ticos � prevista na Constitui��o.
O sentimento de culpa e a avalia��o de que Dilma � injustamente punida j� existia na semana passada e cresceu ainda mais depois do discurso emotivo da presidente afastada na segunda-feira.
Ao mesmo tempo em que o movimento da bancada petista mostra que h� espa�o para preservar alguns direitos de Dilma, tamb�m indica que os senadores j� contam com a derrota na vota��o do impeachment.