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Estado de Minas

Dilma e uma agonia que durou 609 dias

Instabilidade econ�mica, embates com o Congresso, investiga��es da Lava-Jato e manifesta��es gigantescas pelo pa�s marcaram o governo Dilma desde os primeiros dias do segundo mandato


postado em 01/09/2016 06:00 / atualizado em 01/09/2016 09:24

Um ambiente econ�mico desfavor�vel, a��es erradas de governo, falta de jogo de cintura para se relacionar com o Congresso Nacional, algumas trai��es pol�ticas e muitos inimigos. Essas condi��es levaram a agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a perder o cargo um ano e oito meses depois da posse no segundo mandato. Ela se torna o segundo presidente em 31 anos de democracia a sofrer impeachment pelo Congresso Nacional.


Seus principais algozes foram o ex-presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a oposi��o, que encontrou nas manifesta��es nas ruas o apoio necess�rio para pedir o fim do governo do PT. J� no terceiro m�s de exerc�cio do segundo mandato de Dilma, as ruas come�aram a falar em impeachment. A partir da� se passaram quase 500 dias de sangria at� que ela fosse afastada temporariamente do cargo, no dia 12 de maio.

Em dezembro do ano passado, Eduardo Cunha aceitou um pedido de impeachment contra a presidente, assinado pelos juristas H�lio Bicudo, Miguel Reale Junior e Jana�na Paschoal. O an�ncio foi feito no mesmo dia em que os tr�s petistas no conselho de �tica da C�mara informaram que votariam a favor da cassa��o de Eduardo Cunha no processo por quebra de decoro que at� hoje ele consegue atrasar.

Cunha � um dos r�us na Opera��o Lava-Jato, mas junto com ele ca�ram v�rios pol�ticos pr�ximos � presidente Dilma. Um deles, que chegou a ser preso, ex-l�der do governo no Senado, Delc�dio do Amaral, complicou o governo com sua dela��o.

Um dos momentos marcantes de todo esse conturbado per�odo ocorreu em mar�o, quando o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento na Opera��o Lava-Jato. Na mesma �poca, o PMDB rompeu com o governo Dilma e levou com ele legendas como PP, PSD, PTB e PRB, deixando a presidente quase sem apoio. Temer se juntou a Eduardo Cunha na articula��o para garantir que ela deixasse o poder.

Os momentos mais tensos do segundo mandato de dilma


¬PSDB ingressa com a primeira das quatro a��es contra a presidente Dilma Rousseff (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas elas questionam as contas de campanha e pedem a cassa��o do mandato da petista e de seu vice-presidente, Michel Temer, por abuso de poder econ�mico.


¬O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), candidato de oposi��o ao Pal�cio do Planalto, � eleito presidente da C�mara dos Deputados. Foi a primeira derrota do governo na segunda gest�o da presidente Dilma.


¬Ocorre o primeiro grande protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff depois que ela foi reeleita em outubro. Contou com mais de 1 milh�o de pessoas em S�o Paulo, 45 mil em Bras�lia e 25 mil no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. � a primeira vez que as ruas falam em impeachment e, na �poca, nem a oposi��o fazia coro.


¬Com dificuldades em lidar com o Congresso, principalmente a C�mara sob comando de Eduardo Cunha, a presidente Dilma oficializa seu vice Michel Temer no papel de articulador pol�tico do governo.


¬O presidente da C�mara, Eduardo Cunha, processado no Conselho de �tica, rompe oficialmente com o governo Dilma e anuncia que far� oposi��o � petista.


¬Temer diz que n�o vai mais tratar das negocia��es de varejo e deixa a articula��o pol�tica do governo Dilma. Dias antes, ele diz que o pa�s precisa de algu�m capaz de reunificar o Brasil. A essa altura, o peemedebista j� come�a a se articular com integrantes da oposi��o para um eventual governo do PMDB.


¬A presidente Dilma atinge um �ndice de rejei��o de 69% entre os brasileiros, o maior percentual da s�rie hist�rica at� ent�o realizada pelo Ibope desde a redemocratiza��o.


¬Em decis�o in�dita e por unanimidade, o Tribunal de Contas da Uni�o rejeita as contas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) de 2014. A decis�o foi baseada principalmente nas chamadas pedaladas fiscais, que consistiram no atraso de repasses do Tesouro a bancos para o pagamento de programas sociais. Os ministros consideraram que foram feridos preceitos constitucionais, a lei or�ament�ria e a Lei de Responsabilidade Fiscal.


¬Oposi��o entrega um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, assinado pelos juristas H�lio Bicudo, Miguel Reale Junior e Jana�na Paschoal. Nele, foram inclu�dos os decretos das pedaladas fiscais de 2015. O principal argumento � que o governo atrasou repasses a bancos federais para pagar programas sociais do governo. Isso representaria um empr�stimo banc�rio ao governo, proibido pela lei.


¬ O presidente da C�mara, Eduardo Cunha, aceita o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) assinado pelos juristas H�lio Bicudo, Miguel Reale Junior e Jana�na Paschoal. Isso ocorre hora depois de os deputados do PT no Conselho de �tica informarem que iriam votar pela cassa��o do peemedebista no processo que tramita contra ele.


¬O vice-presidente Michel Temer entrega uma carta � presidente Dilma Rousseff na qual faz um desabafo e reclama de uma certa desconfian�a do governo em rela��o ao PMDB. Ele n�o fala em rompimento, mas reclama ter sido tratado como um “vice decorativo” e deixado de fora em ocasi�es importantes.


¬Na Conven��o Nacional do PMDB que reelegeu Michel Temer presidente da legenda, o partido aprova uma esp�cie de aviso-pr�vio para o governo, dando 30 dias para que o diret�rio nacional decida se vai deixar ou n�o de integrar a base da presidente Dilma.


¬Os grupos contr�rios � presidente Dilma Rousseff fazem a maior manifesta��o contra o governo da petista at� ent�o. Segundo a Pol�cia Militar, foram mais de 3,6 milh�es de pessoas em todo o pa�s.


¬O Pal�cio do Planalto anuncia Lula como ministro da Casa Civil. A nomea��o � questionada no Supremo Tribunal Federal por ser considerada uma forma de conceder foro privilegiado ao petista e ele � suspenso do cargo.


¬A comiss�o especial de impeachment � instalada e s�o escolhidos presidente e relator. Dilma foi notificada e teve 10 sess�es de plen�rio para apresentar sua defesa.


¬ Em uma reuni�o que durou menos de tr�s minutos, o PMDB aprova por aclama��o o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e a entrega dos cargos ocupados por integrantes do partido. Os parlamentares s�o liberados a votar como quiserem no processo de impeachment.


¬O advogado-geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo, apresenta a defesa da presidente Dilma Rousseff � comiss�o do impeachment, alegando que ela n�o cometeu crime de responsabilidade. Segundo ele, se n�o houve ato doloso da presidente, o impeachment � um golpe contra a Constitui��o.


¬Relat�rio do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) � pela admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma. No parecer, o parlamentar diz que h� ind�cios de crimes de responsabilidade nas pedaladas fiscais e nos decretos de cr�ditos suplementares assinados por Dilma, que n�o passaram pelo Legislativo.


¬Os deputados da comiss�o do impeachment aprovam o relat�rio do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) por 38 votos a 27. O parecer � pela admissibilidade do processo de impeachment.


¬Com 367 votos favor�veis e 137 contr�rios, os deputados federais aprovaram a admissibilidade para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff depois de quase 10 horas de sess�o.


¬O STF suspende o mandato do deputado Eduardo Cunha e o afasta da presid�ncia da C�mara, diante da proximidade de uma decis�o do Senado que poderia afastar Dilma Rousseff do cargo. Os ministros consideraram o fato de ele se tornar o primeiro na linha de sucess�o presidencial e ser r�u na Opera��o Lava-Jato.


¬Por 55 votos a 22 no Senado, com uma absten��o, os parlamentares aprovam a admissibilidade do impeachment. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff foi intimada e deixou o cargo, passando a se abrigar no Pal�cio da Alvorada. O vice-presidente Michel Temer assume o exerc�cio da Presid�ncia.


¬Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renuncia � presid�ncia da C�mara. Assume o cargo o vice, deputado Waldir Maranh�o (PP-MA).


¬Por 59 votos a 21, o Senado aprova o relat�rio do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que julga procedente a den�ncia de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma. Com isso, ela vai a julgamento final comandado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O PT recorre � Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) para suspender ou anular o processo de impeachment da presidente Dilma.


¬O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) � indiciado junto com sua mulher, Marisa Let�cia, por corrup��o ativa, passiva e lavagem de dinheiro.


¬A presidente Dilma Rousseff comparece ao Senado para dar seu depoimento e ser questionada pelos senadores. Por 14 horas ela disse ser inocente e que estava sendo v�tima de um golpe parlamentar. A petista se emocionou ao relembrar os tempos de tortura na ditadura e disse temer a morte da democracia


¬Os advogados da acusa��o, Jana�na Paschoal e Miguel Reale, reafirmam que a presidente Dilma deve perder seu mandato por causa das pedaladas fiscais e da edi��o de decretos de cr�ditos suplementares sem a autoriza��o do Congresso. O advogado da defesa, ex-ministro Jos� Eduardo Cardozo, diz que n�o houve dolo nas a��es da presidente que possa incrimin�-la. Afirma ainda que n�o h� crime nos decretos or�ament�rios.


¬Senadores aprovam o impeachment de Dilma Rousseff. Michel Temer � o novo presidente do Brasil.

 

 

 


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