De acordo com Batochio, a pris�o de Mantega tem um car�ter "surreal" porque ela teria ocorrido a partir de uma dela��o do empres�rio Eike Batista. Segundo o advogado, o ex-ministro mostrou-se estarrecido com o fato porque o acusador n�o mostrou provas - enquanto ele teria apresentando evid�ncias. Ainda assim, Eike n�o foi preso e Mantega, sim.
Em entrevista concedida no final da manh� desta quinta-feira em Curitiba, a for�a-tarefa da Lava Jato informou que Eike n�o � delator e nem colaborador dessa opera��o, mas prestou depoimento espont�neo, relatando que Mantega lhe pediu R$ 5 milh�es para quitar d�vidas de campanha do PT.
Ainda de acordo com a for�a-tarefa, sendo testemunha nesta fase da investiga��o, e n�o colaborador, Eike sabia das propinas pagas pelo governo em obras de plataformas da Petrobras. Mesmo assim, os procuradores n�o viram a necessidade de denunciar o empres�rio ou pedir sua condu��o coercitiva neste momento.
'Regime militar'
"Essa situa��o lembra o regime militar, quando tudo ocorria em segredo e de repente uma pessoa era presa", apontou Batochio. O advogado narrou que, �s 6 horas da manh�, recebeu um telefone de Guido Mantega, que estava pr�ximo �s depend�ncias do centro cir�rgico do hospital Albert Einstein, dizendo que havia recebido uma liga��o de casa dizendo que os policias estavam l� e queriam prend�-lo.
Segundo o advogado, Mantega se disp�s a sair do lado da sua esposa, que estava em in�cio de processo de seda��o, prestes a passar por cirurgia, dado que ela est� acometida com c�ncer em est�gio de met�stase.
De acordo com Batochio, Mantega ent�o se disp�s a ficar numa �rea pr�xima � entrada do hospital para colaborar espontaneamente quando os policiais chegassem para lev�-lo. Segundo Batochio, a esposa de Mantega mesmo prestes a ser operada teria percebido a movimenta��o de Mantega, que estava falando no telefone por v�rias vezes e teve que sair do hospital de forma s�bita.
O advogado do ex-ministro destacou que vai ter acesso aos autos relativos ao pedido de pris�o e que seu escrit�rio vai acompanhar o processo de Guido Mantega em Curitiba.
Enquanto Batochio conversava com jornalistas na sa�da da sede da PF, um grupo de manifestantes gritava palavras de ordem em apoio ao juiz Sergio Moro com a seguinte frase: "Vai faltar cadeia".