O juiz federal S�rgio Moro decretou o bloqueio de at� R$ 128 milh�es de investigados na Opera��o Lava-Jato. Os valores seriam de contas-correntes de Antonio Palocci, assessores e empresas, referentes aos pagamentos da empreiteira Odebrecht para o PT. A ordem j� havia sido emitida, mas foi divulgada apenas nesta segunda-feira. � o maior bloqueio em valores da Lava-Jato.
O ex-ministro Ant�nio Palocci, ex-titular da Fazenda no governo de Luiz In�cio Lula da Silva e da Casa Civil de Dilma Rousseff, foi preso na manh� desta segunda-feira, na 35ª fase da Lava-Jato, apelidada de Ormet�, com o cumprimento de 45 mandados judiciais em seis estados e no Distrito Federal, sendo tr�s pris�es tempor�rias, por cinco dias.
Em 2013, o ex-ministro administrava tinha um saldo de propinas de R$ 70 milh�es para administrar para ele e para o PT, de acordo o Minist�rio P�blico Federal (MPF). Segundo a Pol�cia Federal, a pris�o de Palocci se relacionava a uma ajuda que ele deu � empreiteira Odebrecht e, em troca, obteve para si e para o PT “vultosos valores il�citos”.
Os benef�cios � construtora ocorreram na publica��o da Medida Provis�ria 460, que aumentou limites de cr�dito para financiamento de obras no exterior, e em uma suposta interfer�ncia do ex-ministro na contrata��o de 21 navios-sonda para explorar petr�leo na camada do pr�-sal. “Conforme planilha apreendida durante a opera��o, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milh�es ao PT e seus agentes, incluindo Palocci”, afirma o Minist�rio P�blico em comunicado.
Segundo a investiga��o, h� ind�cios de que Palocci agiu em favor da Odebrecht em quatro frentes, mas em troca de subornos. O ex-ministro “e personagens de seu grupo pol�tico” foram “beneficiados com vultosos valores il�citos”.
Para a PF, o ex-ministro de Lula e Dilma negociou com o grupo Odebrecht a aprova��o da Medida Provis�ria 460/2009. A normal resultaria em “imensos” benef�cios fiscais e aumentou uma linha de cr�dito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para um pa�s africano em que a empreiteira tinha neg�cios.
Outra atua��o de Palocci foi no programa de desenvolvimento de submarino nuclear entfre a Marinha e a Odedebrech, o Prosub. Uma terceira d) e financiamento do BNDES para obras a serem realizadas em Angola.
A pol�cia entende ainda que Palocci interferiu indevidamente em uma licita��o, aberta 2011, da Petrobr�s para contratar sondas para o pr�-sal. Em 2012, a empresa Sete Brasil ganhou contrato de 21 sondas, cobrando da Petrobr�s US$ 530 mil por dia de aluguel de casa embarca��o. A PF ainda apura uma frente de investiga��o relacionada ao Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, usado para pagamentos de propina da empreiteira. Desta vez, a mira est� voltada a “diversos benefici�rios que est�o sendo alvo de medidas de busca e condu��o coercitiva”, segundo a PF.
As medidas cumpridas nesta data decorreram de aprofundamento da an�lise de material probat�rio obtido em fases anteriores da opera��o, em especial a partir da an�lise de celulares, e-mails e arquivos eletr�nicos relacionados a executivos da Odebrecht, investigados no esquema criminoso que vitimou a Petrobras. Parte relevante do material se refere � atua��o do Setor de Opera��es Estruturadas que existiu naquela empreiteira.
Voto de sil�ncio
Dos 45 mandados de hoje, 27 mandados s�o de busca e apreens�o de documentos, tr�s de pris�o tempor�ria e 15 de condu��o coercitiva, quando o investigado � isolado dos demais e presta um depoimento, caso queira falar. Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais est�o cumprindo as determina��es judiciais do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, S�rgio Fernando Moro, em Bras�lia e tamb�m nos estados de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os crimes investigados s�o de corrup��o, associa��o criminosa e lavagem de dinheiro.