
“Se chegarmos � final em S�o Paulo, Porto Alegre, Recife e Fortaleza e, de quebra, levarmos a Prefeitura de Rio Branco, no Acre, vamos mostrar que n�o estamos mortos”, diz o ex-l�der do PT na C�mara deputado Paulo Teixeira (SP). Depois de tantas baixas, entre r�us, condenados e presos – incluindo tr�s ex-tesoureiros e dois ex-presidentes da agremia��o –, os petistas querem provar que o partido n�o se resume a mensal�o e petrol�o. Tampouco est� fechado ao discurso da persegui��o pol�tica.
Essa tentativa de apresentar um partido diferente daquele marcado pelas chagas do mensal�o e do petrol�o esteve presente em v�rias campanhas espalhadas pelo pa�s, em candidatos que dispensaram a rendi��o � narrativa de um partido “perseguido” pelo “justiceiro” S�rgio Moro. Em cidades m�dias, como S�o Jos� do Rio Preto, numa das regi�es mais ricas de S�o Paulo, o candidato Jo�o Paulo Rillo passou esse primeiro turno eleitoral multicolorido, “desestrelado”. Seu discurso, voltado aos problemas locais, sempre que esbarrava no tema corrup��o vinha com a frase: “Quem errou tem que pagar, seja vermelho, seja azul”.
Apesar de o PT querer virar a p�gina dos esc�ndalos, as den�ncias envolvendo seu maior l�der insistem em manter essa s�rie de descaminhos do partido em aberto. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva andou boa parte do Brasil nesse primeiro turno como forma de fazer a pr�pria defesa nos palanques. E, se as urnas confirmarem as pesquisas, as andan�as pouco ou quase nada adiantaram, uma vez que nenhum dos candidatos que ele visitou disparou na prefer�ncia do eleitorado. Para muitos, o per�odo em que Lula fazia diferen�a nas elei��es passou. Se as pesquisas estiverem corretas, o PT dificilmente sobreviver� nas quatro cidades mencionadas por Paulo Teixeira acima. Mas, ainda assim, n�o estar� morto. Resta saber se ter� capacidade de renovar l�deres depois que quase toda a c�pula amargar as celas de Curitiba.
As dificuldades do PT, entretanto, n�o se resumem aos problemas �ticos, de desvio de conduta. H� tamb�m a falta de uma base forte. O partido, que nasceu na d�cada de 1980 na esfera sindical, com um discurso voltado aos trabalhadores, foi pulando de narrativa ao longo da hist�ria e ascens�o ao poder. “O PT vive um momento s�rio por causa das ra�zes fracas do partido”, diz o cientista pol�tico Murillo de Arag�o. Ele considera que o PT, enquanto legenda defensora dos trabalhadores, n�o existe mais. “O primeiro desafio agora ser� um discurso. Aquele da �tica, que marcou o PT no passado, se perdeu depois de tantas pris�es e condena��es”, afirma.