Os sal�rios de in�cio de carreira no Judici�rio e no Legislativo federal s�o ainda maiores do que nos cargos do Executivo.
Dados do Minist�rio do Planejamento evidenciam essas disparidades.
Enquanto a remunera��o b�sica inicial no Executivo dificilmente ultrapassa os R$ 20 mil mensais, no Judici�rio e no Legislativo esse valor serve praticamente de piso.
Um auditor do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), que � uma das carreiras mais cobi�adas pelos "concurseiros", recebe no in�cio da carreira R$ 18,89 mil. J� um auditor fiscal da Receita Federal tem sal�rio de in�cio de carreira de R$ 15,74 mil.
O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita, Claudio Damasceno, diz que a diferen�a da remunera��o inicial entre as carreiras com os demais Poderes est� tirando a atratividade hist�rica dos cargos da Receita Federal. "Est� havendo um �xodo de servidores para outras carreiras de menor complexidade do que a Receita", disse.
Damasceno cita os casos do TCU e demais carreiras do Judici�rio e lembra que, em 2010, pela primeira vez, um concurso p�blico para cargos no Fisco n�o preencheu todas as vagas.
Na Receita, um servidor leva 18 anos para receber a remunera��o m�xima e passa por 13 n�veis. Em rela��o � inten��o do governo de reduzir os sal�rios iniciais, ele disse que os vencimentos iniciais na Receita n�o s�o t�o elevados e que, se esse estudo for levado � frente, n�o dever� afetar a categoria.
Administra��o
Em cargos da �rea de administrativa, que n�o representam a atividade-fim, o quadro � semelhante: enquanto um funcion�rio de Minist�rio recebe de R$ 5,45 mil a R$ 8,48 mil, um servidor administrativo de uma ag�ncia reguladora ganha de R$ 13,15 mil a R$ 18,63 mil.
Na C�mara, as remunera��es para a �rea administrativa s�o ainda maiores, de R$ 21,5 mil a R$ 27,43 mil.
No Senado, ficam entre R$ 22,52 mil e R$ 25,53 mil. S�o valores que, no caso do Executivo, apenas funcion�rios das chamadas atividades-fim que est�o no final da carreira conseguem receber.
O levantamento mostra ainda que os servidores do Judici�rio t�m os sal�rios mais elevados em rela��o aos outros dois Poderes.
Os magistrados e procuradores t�m remunera��o b�sica, sem os adicionais, de R$ 28,95 mil. O valor � s� um pouco maior do que a remunera��o de final de carreira de um servidor da �rea administrativa da C�mara Federal.
Para bancar todos esses sal�rios, que ainda ter�o reajustes at� 2019, o governo teve de abrir uma brecha no texto da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 241, que institui um teto de gastos.
Pela regra geral, todos os Poderes, � exce��o do Executivo, j� ultrapassariam o limite de despesas na largada. Mas o substitutivo prev� que o Executivo poder� compensar o excedente nos primeiros tr�s anos, a partir da conten��o das demais despesas para bancar os aumentos.
Disparidade � grande
Os sal�rios da iniciativa privada ficam muito abaixo da remunera��o dos servidores em algumas profiss�es.
Uma pesquisa feito com base em dados da Catho, empresa de recrutamento e sele��o, mostra uma disparidade grande.
Enquanto um professor ganha entre R$ 6,27 mil e R$ 18 mil no funcionalismo p�blico, o setor privado paga, em m�dia, cerca de R$ 1,82 mil. Um professor de matem�tica, por exemplo, ganha R$ 2,03 mil.
O mesmo ocorre na �rea da sa�de.
Enquanto um perito m�dico previdenci�rio ganha entre R$ 11,38 mil e R$ 16,22 mil, um m�dico-cirurgi�o ganha, em m�dia, quase R$ 7,11 mil na iniciativa privada.
Outro profissional cuja diferen�a de renda � brutal � o advogado. Na Uni�o, o sal�rio desse profissional fica entre R$ 18,28 mil e R$ 23,76 mil. No setor privado, na m�dia, recebem R$ 2,92 mil; se for criminalista, o valor sobe para R$ 3,11 mil e tributarista, R$ 3,56 mil.