Entre as irregularidades investigadas est�o doa��es feitas com benef�cios do programa Bolsa- Fam�lia, doa��es de valores elevados feitas por desempregados, al�m de situa��es em que o desembolso do doador foi incompat�vel com a renda apresentada por ele. Houve at� contribui��es feitas por quem j� morreu. Os ind�cios ser�o agora encaminhados aos ju�zes eleitorais, respons�veis pelo exame da presta��o de contas de campanha e tamb�m ao Minist�rio P�blico Eleitoral.
De acordo com o levantamento, 37.888 pessoas inscritas no Programa Bolsa-Fam�lia doaram R$ 36.877.030,61. Outros 55.670 doadores desempregados desembolsaram R$ 84.293.201,68 para os candidatos. Al�m disso, 24.646 doadores – cuja renda conhecida � incompat�vel com o valor doado – destinaram R$ 207.119.049,07 para as campanhas.
E os absurdos n�o param por a�. O TSE e o TCU constataram ainda que 43.382 casos tiveram concentra��o de doadores em uma mesma empresa com desembolso de R$ 90.787.549,74. J� 14.510 doadores s�cios de empresas que recebem recursos da administra��o p�blica doaram R$ 187.263.765,45.
Uma pessoa f�sica doou sozinha R$ 1,030 milh�o para uma campanha, mas a �ltima renda conhecida dela foi h� tr�s anos. Outros casos tamb�m chamaram aten��o dos t�cnicos dos tribunais, como o de 35 pessoas f�sicas que efetuaram doa��es acima de R$ 300 mil, incompat�vel com a renda conhecida delas. E mais: houve professor universit�rio doando R$ 300 mil; s�cio de empresa de candidato que doou recursos pr�prios de R$ 3 milh�es; e a informa��o de que o segundo maior empregador privado, que atua na �rea de educa��o superior, al�m de 11 de seus empregados, injetaram R$ 616 mil na campanha eleitoral.
A investiga��o das irregularidades vai al�m dos doadores e atinge tamb�m os prestadores de servi�o das campanhas. Foi identificada uma empresa, cujo s�cio � benefici�rio do Bolsa-Fam�lia, que prestou servi�o de R$ 1,75 milh�o. Dois fornecedores em situa��o inativa ou cancelada que prestaram servi�os com valores acima de R$ 400 mil, entre outros casos.
A reforma eleitoral do ano passado possibilitou � Justi�a Eleitoral analisar as contas dos candidatos no decorrer da campanha. Isso porque os comit�s devem enviar suas presta��es a cada 72 horas, contadas do recebimento da doa��o. De acordo com o TSE, essa novidade permitiu acompanhar a declara��o com os gastos de campanha. Para fazer o cruzamento de dados foi necess�rio um entrosamento entre os dois tribunais. No s�bado o TSE encaminhou ao TCU as presta��es de conta repassadas pelos candidatos, que fez o cruzamento de dados. Na segunda-feira, o TCU devolveu ao TSE com os resultados e o indicativo das poss�veis irregularidades.