Os acordos de dela��o, que s�o individuais, devem envolver cerca de 50 executivos. Cerca de 25 j� foram fechados. A defesa de Luiz Eduardo Rocha Soares, acusado de ser o respons�vel pela abertura de offshores para pagar propinas fora do pa�s, tem expectativa de que o acordo seja fechado em 30 dias. Os advogados pediram a suspens�o por mais 30 dias e disseram que este � o “tempo que se estima suficiente para que os fatos atualmente mantidos sob sigilo possam ser noticiados”. O pedido inclui tamb�m os irm�os Ol�vio Rodrigues J�nior e Marcelo Rodrigues, que prestavam servi�os terceirizados de pagamentos no exterior.
A a��o que envolve Jo�o Santana � a segunda que Marcelo Odebrecht responde na 13ª Vara Federal de Curitiba. Na primeira, ele j� foi condenado a 19 anos e 4 meses de pris�o. Nesta a��o, os dep�sitos feitos ao marqueteiro numa conta no exterior somam US$ 3 milh�es. Nas investiga��es que envolvem o ex-ministro Antonio Palocci, a Odebrecht � acusada de ter repassado, por meio dele, pelo menos R$ 128 milh�es em propinas ao PT. Novos repasses a Santana tamb�m foram identificados. A investiga��o sobre a atua��o de Palocci foi prorrogada para que a Pol�cia Federal possa analisar documentos da Projeto, a consultoria do ex-ministro. Moro determinou que o inqu�rito seja encerrado, no m�ximo, at� o pr�ximo dia 25. A dela��o dos executivos da Odebrecht devem incluir pagamentos de propinas em obras do PAC a parlamentares e governadores.
Na ter�a-feira, Marcelo Odebrecht, o ex-presidente Lula e outras oito pessoas foram denunciados pelos crimes de corrup��o ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tr�fico de influ�ncia e organiza��o criminosa no �mbito da Opera��o Janus, da Pol�cia Federal, que investiga repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para a Odebrecht para obras em Angola. Segundo o Minist�rio P�blico Federal (MPF), em contrapartida ao fato de ter sido contratada pelo governo angolano com base em financiamento para exporta��o de servi�os concedida pelo BNDES, a Odebrecht repassou ao grupo “de forma dissimulada valores que, atualizados, passam de R$ 30 milh�es”. “No caso de Lula, a den�ncia separa a atua��o em duas fases: a primeira, entre 2008 e 2010, quando ele ainda ocupava a presid�ncia da Rep�blica e, na condi��o de agente p�blico, praticou corrup��o passiva. E a segunda, entre 2011 e 2015, j� como ex-mandat�rio, momento em que cometeu tr�fico de influ�ncia em benef�cio dos envolvidos”, informou o MPF.
Palestras O MPF acusa Lula de ter usado sua empresa de palestras, a Lils, para lavar dinheiro de corrup��o. “Outra constata��o � a de que parte dos pagamentos indevidos se concretizou por meio de palestras supostamente ministradas pelo ex-presidente a convite da construtora. Nesse caso, a contrata��o foi feita por meio da empresa Lils Palestras, criada por Lula no in�cio de 2011, dois meses depois de deixar a presid�ncia”, diz o MPF em nota. Conforme o Minist�rio P�blico, a contrata��o da empreiteira para Lula fazer palestras servia para “ocultar a real motiva��o da transfer�ncia de recursos da Odebrecht para Lula”.
Para os procuradores, entre 2008 e 2015, Lula atuou junto ao BNDES para “garantir a libera��o de financiamentos pelo banco p�blico para a realiza��o de obras de engenharia em Angola”. “O ex-presidente deve responder por lavagem de dinheiro, crime que, na avalia��o dos investigadores, foi praticado 44 vezes e que foi viabilizado, por exemplo, por meio de repasses de valores justificados pela subcontrata��o da Exergia Brasil, criada por Taiguara Rodrigues, “sobrinho” de Lula e tamb�m denunciado.