Com a pris�o preventiva do empres�rio Mariano Ferraz, detido no aeroporto de Guarulhos na quarta-feira, quando estava prestes a embarcar para Londres, a for�a-tarefa da Lava Jato avan�a sobre uma �rea ainda n�o investigada na Petrobras: o setor de compra e venda internacional de combust�veis e derivados que pode atingir, al�m do PT, o PMDB e o PSDB.
Submetidas � Diretoria de Abastecimento da estatal, as opera��es foram citadas em depoimentos pelo senador cassado Delc�dio Amaral e pelo ex-diretor da Petrobr�s Nestor Cerver� como um "terreno f�rtil para ilicitudes", pois a varia��o dos pre�os poderiam gerar "margem para propina".
Segundo Cerver�, apesar de n�o ser uma �rea de "muita influ�ncia" do PT na estatal, as propinas nos neg�cios teriam abastecido caixa 2 da campanha de Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia, em 2006.
Ele relatou tamb�m que Rog�rio Manso, diretor de Abastecimento que antecedeu Paulo Roberto Costa no cargo, seria um nome "do PSDB" indicado pelo ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e que teria operado o "esquema de trading" at� 2004.
Ainda assim, segundo Cerver�, Manso teria continuado a atuar com trading at� 2007 e teria sido quem coordenou "informalmente" a capta��o do suposto caixa 2 de Wagner.
Delc�dio tamb�m relatou em sua dela��o que, com a chegada de Paulo Roberto Costa, em 2004, Malan teria pedido ao ent�o ministro da Fazenda Antonio Palocci que Manso permanecesse na diretoria. A partir daquele ano, contudo, Manso foi para a diretoria de G�s e Energia, onde ficou at� 2007.
Cerver�, por sua vez, disse que, depois de Manso, a �rea de trading teria sido assumida, em 2010, por um indicado pelo senador Edison Lob�o (PMDB) identificado como "Pereirinha".
Pris�o
No pedido de pris�o de Ferraz, a for�a-tarefa aponta que o executivo teria repassado mais de US$ 800 mil em propinas a Paulo Roberto Costa entre os anos de 2011 e 2013 por meio de uma conta do genro do ex-diretor no exterior.
Os investigadores tamb�m levantam todos os contratos da Trafigura e citam o volume de neg�cios, incluindo o trading internacional e o afretamento de navios (que de 2004 a 2015 somam US$ 169 milh�es) da companhia com a Petrobr�s. Os investigadores tamb�m citam um contrato da empresa Decal, representada por Ferraz, com a estatal.
Citados recha�am acusa��es
Rog�rio Manso e Pedro Malan recha�am ontem as acusa��es feitas por delatores, que classificam como "difamat�rias".
O ex-ministro da Fazenda diz n�o conhecer e nem ter mantido contato com Manso e nem com Delc�dio. J� o ex-diretor da Petrobr�s diz que nunca precisou de apoio pol�tico em sua carreira na estatal e que deixou de atuar com trading a partir de 2004.
Procurada, a defesa do senador Edison Lob�o (PMDB) n�o respondeu ao contato da reportagem. O ex-ministro Jaques Wagner e a defesa de Palocci n�o foram localizados. Os advogados de Mariano Ferraz n�o quiseram se manifestar sobre o caso. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.