
Apesar do discurso antipol�tico, um dia depois da vit�ria nas urnas, o prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS) come�ou a cuidar da interlocu��o de seu governo com a C�mara Municipal. Kalil, que sai de cena esta semana para descansar, delegou a articula��o pol�tica de seu mandato para quem entende do assunto: um pol�tico. Seu vice, o deputado estadual Paulo Lamac (Rede), vai liderar a equipe de transi��o e, com aliados, como o deputado estadual Iran Barbosa (PMDB) e o deputado federal e ex-candidato a prefeito de BH Marcelo �lvaro Ant�nio (PR), todos os tr�s ex-vereadores, iniciar� as conversas com parlamentares depois das elei��es municipais.
No primeiro ato da equipe de transi��o, hoje � tarde, Lamac e Barbosa v�o � C�mara para abrir oficialmente o di�logo com a Casa, que ter� 23 das suas 41 cadeiras renovadas a partir de janeiro – quatro delas ocupadas por parlamentares do PHS. Vereador por dois mandatos, o vice de Kalil estar� num territ�rio bastante conhecido. Em 2007, foi vice-l�der na C�mara do ent�o prefeito e atual governador Fernando Pimentel. Por dois anos, entre 2009 e 2011, Lamac se tornou l�der do prefeito Marcio Lacerda (PSB) no Legislativo municipal.
Para Barbosa, a articula��o pol�tica estar� em boas m�os. “Na �poca em que Lamac era l�der do Lacerda, eu era l�der da oposi��o e j� gostava dele”, comenta. O desafio da equipe ser� p�r em pr�tica o discurso da campanha. Durante as elei��es, Kalil condenou pr�ticas comuns na pol�tica brasileira, como a negocia��o de cargos, e, de acordo com Barbosa, que tamb�m foi um dos coordenadores da campanha, essa estrat�gia estar� fora de cogita��o.
“Vamos conversar com cada vereador. N�o vai ter mais supervereador. Todos ser�o tratados igualmente e com atendimento personalizado. Vamos tratar o vereador como autoridade e mostrar que elei��o n�o se ganha com cargo, mas com voto, resolvendo os problemas da popula��o. Vamos ter uma prefeitura comprometida com o trabalho deles na comunidade”, afirma.
OR�AMENTO Al�m de come�ar a articula��o da base aliada de Kalil na C�mara, a equipe de transi��o vai negociar com vereadores uma pauta de vota��o de interesse do pr�ximo prefeito. Embora s� assuma em janeiro, o futuro chefe do Executivo quer participar das discuss�es do or�amento, que tem que ser aprovado at� dezembro. O texto que est� em tramita��o na C�mara prev� receitas de R$ 12,3 bilh�es e despesas de R$ 11,3 bilh�es.
Outro foco ser� a tentativa de adiar para a pr�xima legislatura a aprova��o do Plano Diretor do munic�pio. O documento, que ainda n�o foi votado em plen�rio, dita as regras da ocupa��o do territ�rio da capital. S�o mais de 600 mudan�as, sendo que a mais pol�mica delas autoriza donos de lotes a constru�rem apenas o equivalente � �rea do terreno, com a redu��o do coeficiente de aproveitamento b�sico em todo o munic�pio para um.
O esfor�o de Marcio Lacerda na C�mara, entretanto, � de limpar a pauta de vota��es antes do fim do mandato. H� pelo menos 30 projetos de lei em tramita��o que precisam ser analisados at� dezembro. Al�m do Or�amento e do Plano Diretor, a lista conta com opera��o urbana consorciada do Barreiro, a altera��o do Estatuto do Servidor, a pol�tica de fomento � cultura, a cria��o do Fundo Municipal de Esportes, entre outras.
“J� pedimos dois requerimentos para colocar em pauta o Plano Diretor. A cidade tem que andar”, cobra o l�der de governo na C�mara, Preto (DEM). O parlamentar reconhece que a aprova��o dos projetos do Executivo n�o ser� tarefa f�cil. Sem conseguir fazer um sucessor e com renova��o da C�mara, Lacerda termina o mandato com a base enfraquecida. Muitos vereadores que n�o conseguiram se reeleger est�o ressentidos com a falta de apoio do prefeito durante a campanha. “Projeto que precisa de 28 votos para aprovar vai ser muito dif�cil”, diz Preto.
Nessa segunda-feira (31), o presidente da C�mara, Wellington Magalh�es (PTN), ligou para Kalil parabenizando-o pela vit�ria. Magalh�es apoiou Jo�o Leite (PSDB) no segundo turno e disse que nunca tinha conversado com o ex-cartola. “As elei��es passaram. Agora � outro momento, come�a do zero. Os vereadores t�m responsabilidade com a cidade. Liguei para parabeniz�-lo. Temos que ter um di�logo transparente”, afirma.