S�o Paulo, 03 - O ex-ministro Antonio Palocci, � acusado pelo Minist�rio P�blico Federal de atuar de forma "il�cita" para beneficiar o Grupo Odebrecht na contrata��o pela Petrobr�s de estaleiros nacionais. Esses estaleiros atuam na constru��o de plataformas e navios-sonda para explora��o de petr�leo dos campos do pr�-sal - neg�cio de mais de US$ 21 bilh�es, que envolveu a cria��o da empresa Sete Brasil.
A informa��o consta em den�ncia contra o petista que deve ser analisada nesta semana pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz a Opera��o Lava-Jato na 1.ª inst�ncia, em Curitiba.
"O modelo de cobran�a de propina que j� existia na Petrobr�s foi levado tamb�m � Sete Brasil", afirmou Delc�dio, que virou delator da Lava Jato ap�s ser preso em novembro de 2015 por tentar comprar o sil�ncio do ex-diretor da estatal Nestor Cerver�. "Palocci participou de toda estrutura��o econ�mica da Sete Brasil", afirmou. Delc�dio disse ainda que Palocci atuou na "engenharia financeira" da Sete Brasil e na "consolida��o dos grupos empresariais" que foram contratados.
Preso desde 26 de setembro, o ex-ministro foi acusado formalmente por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, apontado como "ponte" entre a Odebrecht e o governo federal.
'Interfer�ncia'
Segundo a den�ncia, em 2011, quando soube que o estaleiro controlado pelo seu cons�rcio havia sido derrotado em processo licitat�rio, Marcelo Odebrecht, presidente afastado do grupo, enviou um e-mail ao assessor de Palocci pedindo um encontro com o ex-ministro. "Aquele assunto do Petr�leo n�o est� indo bem", escreveu Odebrecht. Para os procuradores, "era n�tido no e-mail: instar Antonio Palocci para que interferisse nas decis�es a serem adotadas pela alta administra��o do governo federal, a fim de resolver quest�es de interesse da Odebrecht relativas a contratos com a Petrobr�s".
A Sete Brasil diz que "colabora com as investiga��es". O advogado de Palocci, Jos� Roberto Batochio, afirma que as acusa��es contidas na den�ncia "s�o uma pe�a de fic��o."