
Em almo�o realizado no s�bado, 12, na resid�ncia oficial do Senado, no qual foram servidos feijoada e caipirinha, participaram tamb�m o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE); o secret�rio executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco; o ex-presidente Jos� Sarney; e outros dois ministros do TCU, Bruno Dantas e Vital do R�go Filho. Procuradas, as assessorias de Temer, Renan, Maia e dos demais convidados n�o retornaram.
Renan, que deixa a presid�ncia do Senado em fevereiro, tratou do pente-fino que pretende fazer em "supersal�rios" de servidores do Judici�rio e do MP e afirmou que deve anunciar nesta semana um novo relator para o projeto da Lei de Abuso de Autoridade, que, na pr�tica, limita a atua��o de investigadores. A proposta tem sido alvo de cr�ticas da Lava Jato, que apura envolvimento de pol�ticos do PT, PMDB e PP, entre outros partidos, no esquema de corrup��o na Petrobr�s.
Renan afirmou aos presentes que a comiss�o criada na quinta-feira para investigar os contracheques de quem ganha acima do teto do funcionalismo vai "incomodar muito". Ele citou como exemplo a ser investigado o Tribunal de Justi�a do Rio Grande do Sul (TJ-RS), onde haveria significativo n�mero de funcion�rios com altos rendimentos.
O presidente do Senado tamb�m apontou como contrassenso o fato de, atualmente, os magistrados receberem como pena m�xima diante de infra��es a aposentadoria compuls�ria. Ele lembrou da decis�o de ter�a-feira tomada pelo Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) contra a ju�za Olga Regina de Souza Santiago, do Tribunal de Justi�a da Bahia (TJ-BA). Ela � acusada de envolvimento com narcotraficantes e recebeu a aposentadoria. Em sua defesa, Olga tentou justificar o recebimento dos pagamentos alegando que um traficante teria se interessado pela sua casa de veraneio.
Presente nas conversas, Temer ouviu os interlocutores, mas n�o fez nenhum coment�rio a respeito.
Apesar do sil�ncio do presidente, nas avalia��es colocadas no encontro e em conversas entre integrantes da c�pula do Congresso, o entendimento � de que o avan�o das investiga��es por parte da comiss�o servir� para mostrar as "mazelas" do Judici�rio, em um momento em que v�rios setores da sociedade e os parlamentares discutem como implementar o teto dos gastos p�blicos.
Alguns dos presentes chegaram at� a desafiar quem vai � comiss�o defender o pagamento de "supersal�rios", estimados em at� R$ 200 mil.
Em meio �s argumenta��es de Renan, o presidente do TCU se colocou � disposi��o para ajudar no levantamento e cruzamento de dados dos supersal�rios. O filho de Aroldo, o advogado Tiago Cedraz, � citado em depoimentos do empres�rio Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia e um dos delatores da Lava Jato. Tiago alega que nunca patrocinou nenhum caso do grupo UTC perante o TCU.
Convite
Renan comunicou aos presentes sobre o convite que far� ao juiz S�rgio Moro, um dos principais respons�veis por conduzir a Lava Jato, para discutir o projeto que altera a Lei de Abuso de Autoridade. A proposta passou a ser defendida mais intensamente por Renan ap�s ser deflagrada a Opera��o M�tis, em que policiais federais fizeram busca e apreens�o nas depend�ncias do Senado, com autoriza��o de um juiz federal. Integrantes da c�pula do Congresso consideram que Moro n�o vai se posicionar a favor de abusos cometidos por autoridades nem fazer da comiss�o um "palanque".
Segundo presentes � reuni�o, apesar das cr�ticas, Renan estava descontra�do e chegou at� a brincar com a escolha da senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) para a relatoria da comiss�o. Segundo ele, n�o escolheu o futuro l�der do governo, Romero Juc� (PMDB-RR), em raz�o de "a cota de coragem" do senador j� ter se esgotado. Os dois peemedebistas constam hoje do rol de congressistas que s�o investigados na Opera��o Lava Jato e negam qualquer irregularidade em suas condutas.
C�mara
As conversas tamb�m trataram da sucess�o na C�mara dos Deputados, prevista para fevereiro. Na frente de Maia, Renan ressaltou que v� legitimidade na tentativa do deputado em pleitear a reelei��o.