� o caso do ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner, que mora em Salvador. Se dependesse do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, Wagner comandaria o PT. Mas ele j� avisou a Lula que n�o entrar� nessa briga. Wagner foi convidado pelo governador da Bahia, Rui Costa, para assumir a Funda��o Lu�s Eduardo Magalh�es, destinada a formular pol�ticas p�blicas.
Antes, o poderoso ministro de Dilma havia sido chamado para a Secretaria de Rela��es Institucionais da Bahia, mas recusou a oferta. Ex-governador do Estado de 2007 a 2014, disse preferir um cargo com menos visibilidade, a exemplo de Dilma, que vai para o Conselho da Funda��o Perseu Abramo. Embora rejeite ficar � frente do PT, Wagner visitou, nos �ltimos meses, v�rios diret�rios da sigla. "N�o preciso presidir o partido para contribuir", disse ele, cotado para disputar o Senado.
A mesma frase � repetida pelo ex-ministro da Secretaria de Governo Ricardo Berzoini, que jura n�o querer voltar de jeito nenhum a dirigir o PT. Integrante da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Lula, Berzoini chegou a participar de reuni�es do grupo Muda PT, que re�ne tend�ncias de esquerda. Atuou como uma esp�cie de bombeiro na crise petista, que s� aumentou ap�s o impeachment de Dilma, na esteira da Lava Jato, e o fiasco nas elei��es. "Mas eu sempre avisei: ESe for para discutir nomes para a presid�ncia do PT, estou fora. O momento � de tornar o PT coeso, n�o de ficar se engalfinhando", insistiu Berzoini.
Funcion�rio concursado do Banco do Brasil h� 38 anos, o ex-ministro se reapresentou ao trabalho e contou ter sido "realocado" em um setor da institui��o, em Bras�lia. Tem, no entanto, f�rias a cumprir. Al�m disso, j� pode se aposentar, se quiser. "At� o fim deste ano vou decidir o que fazer. Estou tranquilo", afirmou. "Voc� j� leu A Insustent�vel Leveza do Ser? Eu estou assim, lendo algumas coisas de novo e pensando no que quero ser, sem ansiedade", disse, em refer�ncia ao livro de Milan Kundera.
Quase a metade da equipe de Dilma cumpriu "quarentena" por decis�o da Comiss�o de �tica da Presid�ncia da Rep�blica. A concess�o do benef�cio � prevista na lei para evitar conflito de interesse de quem sai de um cargo p�blico para exercer fun��es na iniciativa privada. Cr�ticos do governo Michel Temer, os ex-ministros ganharam, nesse per�odo, o mesmo sal�rio de quando estavam na ativa: R$ 30,9 mil mensais. Alguns deles, como Wagner e Berzoini, tiveram os nomes citados por delatores da Lava Jato, mas negam irregularidades.
'No campo'
"Eu tamb�m voltei ao meu �rg�o de origem, que � a ro�a aqui em Alagoas", brincou o ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo. Jornalista, Aldo est� escrevendo dois livros e passa boa parte do tempo no seu s�tio em Vi�osa, no Estado nordestino. Uma das obras j� tem at� t�tulo: A Copa que o Brasil venceu. A outra � um balan�o sobre o C�digo Florestal. Ex-presidente da C�mara, filiado ao PCdoB, Aldo disse que, por enquanto, n�o planeja se candidatar �s elei��es para deputado, em 2018. Na pr�tica, por�m, sonha com o Senado. "N�o digo que sim nem que n�o, mas estou pensando em trabalhar como jornalista."
Aloizio Mercadante, que foi titular da Educa��o e da Casa Civil, continua morando em Bras�lia, mas n�o tem ido a reuni�es do PT. L� muito e gosta de mostrar fotos dos netos. Ele pediu aposentadoria proporcional ao Senado. Sua assessoria informou que computou o tempo de trabalho como professor e deputado federal e n�o apenas de senador, de 2003 a 2010.
Advogado de Dilma no impeachment, Jos� Eduardo Cardozo reassumir� na quarta-feira o cargo de procurador do Munic�pio de S�o Paulo. Ex-ministro da Justi�a e ex-advogado-geral da Uni�o, ele trabalhar� para a Prefeitura a ser comandada por Jo�o Doria (PSDB), mas no escrit�rio de Bras�lia. Em breve, por�m, deve pedir licen�a de novo. Ele vai se associar ao escrit�rio Celso Cordeiro e Marco Aur�lio Carvalho e coordenar� o Departamento de Direito Administrativo. Para Temer, Cardozo prev� um futuro "sinistro". "� um governo que ter� muita dificuldade de chegar ao fim."