
Bras�lia – O ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demiss�o ontem. A informa��o foi confirmada pela pasta e pela Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica, em nota. No texto, a secretaria anuncia que o substituto ser� o deputado Roberto Freire (PPS-SP). Em carta endere�ada ao presidente Michel Temer, com data de quinta-feira, Calero alega “diverg�ncias” com integrantes do governo para entregar o cargo. “Saio do Minist�rio da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era poss�vel fazer, frente os desafios e limita��es com os quais me defrontei. E que o fez de maneira correta e proba”, afirmou o agora ex-ministro.
Segundo bastidores, Temer teria ligado para Calero por voltadas 19h de ontem para saber se ele havia reconsiderado a decis�o de deixar a pasta. O presidente ouviu uma negativa. O ent�o ministro refor�ou que estava mesmo decidido a sair. � a primeira baixa no minist�rio de Temer desde que ele assumiu efetivamente o cargo ap�s a cassa��o definitiva de Dilma Rousseff.

Presidente do PPS, Roberto Freire, que j� havia flertado com a cadeira no in�cio do governo do peemedebista, confirmou que ser� o novo ministro da Cultura. Ele disse � reportagem que ficou “impactado” com o convite. O deputado informou que ainda n�o conversou com o presidente e que pretende falar tamb�m com Calero. O novo ministro afirmou come�a com uma boa not�cia para o setor que � a disposi��o de Temer em injetar mais recursos para pol�ticas da �rea.
“Para voc� pode n�o ter sido uma surpresa, mas fiquei impactado (com o convite). � preciso calma nessa hora. N�o falei com o presidente ainda. Mas aceitei o convite porque � responsabilidade nossa, n�s que participamos do impeachment (de Dilma Rousseff), contribuir com este governo, fruto de nossa a��o no Congresso”, disse Freire.
O novo ministro comentou o que deve encontrar na pasta: “O que posso dizer � que temos boas not�cias. O pr�prio presidente j� falou que h� uma previs�o de aumento de recursos para a �rea de cultura, no or�amento. J� � um sinal importante. Estamos vivendo um momento um processo de reformas. A sociedade exige isso. Na cultura tamb�m temos que discutir alguns entraves. Posso dizer que serei mais um integrado na equipe e trabalhando para ver esse governo encaminhar bem sua transi��o (para 2018), na maior normalidade institucional”.
Perguntado se por ter origem num estado – Pernambuco – de ricas manifesta��es culturais seria um fator favor�vel, respondeu: “Um pernambucano paulista, minha representa��o na pol�tica. Mas sou nacional. Sempre fui. Desde o velho partid�o (PCB)”.
Protestos
Quando Michel Temer assumiu o Pal�cio do Planalto, ainda como presidente em exerc�cio, em maio – ap�s o afastamento da ent�o presidente Dilma Rousseff, em raz�o do processo de impeachment que ela enfrentava no Congresso Nacional –, o presidente decidiu extinguir o Minist�rio da Cultura e transform�-lo em uma pasta do Minist�rio da Educa��o. Diante da rea��o negativa de setores culturais e de artistas, com diversos protestos pelo pa�s, Temer optou por recriar a pasta. � �poca, Calero era o secret�ro de Cultura e se tornou ministro.