(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Sob intensa press�o, Geddel se defende:'Eu n�o pedi nenhuma imoralidade'

Comiss�o de �tica da Presid�ncia da Rep�blica vai analisar amanh� a situa��o do ministro da Secretaria de Governo, por pedir ao ent�o colega Marcelo Calero, ex-Cultura, para tentar desfazer o embargo de um pr�dio pelo Iphan em Salvador


postado em 20/11/2016 10:22 / atualizado em 20/11/2016 11:26

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima(foto: José Cruz/Agencia Brasil)
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (foto: Jos� Cruz/Agencia Brasil)

O pedido de “acompanhamento” do ministro da Secretaria de Governo da Presid�ncia da Rep�blica, Geddel Vieira Lima, para libera��o de uma obra em um im�vel de luxo levou o pol�tico do PMDB da Bahia para o centro do turbilh�o pol�tico. Enquanto a oposi��o cobra a sa�da do cargo, a Comiss�o de �tica da Presid�ncia vai analisar o caso j� amanh�. Em entrevista ao Estado de Minas, Geddel admitiu que pediu, “duas ou tr�s vezes”, ao ent�o ministro da Cultura, Marcelo Calero, para “acompanhar” a obra, mas negou ter feito press�o e disse que atua��o como dono de um im�vel n�o o constrange. “Pelo contr�rio, me legitima porque eu estou a par do que estava acontecendo”, garantiu.

O pr�dio est� em constru��o e Geddel adquiriu uma cota em 2015. Ele afirma que declarou o novo patrim�nio, um im�vel no 23º andar, � Receita Federal e ao governo, quando assumiu o cargo de ministro. Corretores ouvidos pela reportagem disseram que um apartamento naquele andar, de 259 metros quadrados, custa R$ 3,4 milh�es aproximadamente. No primeiro andar, s�o R$ 2,5 milh�es. Na cobertura, R$ 4,9 milh�es. O Instituto de Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) embargou obras acima do 13º andar por entender que elas ferem o tombamento. Segundo o ministro, at� a semana passada, ningu�m sabia dessa restri��o e a obra estava liberada para quem comprou o im�vel.

Calero deixou o cargo e afirmou que press�es de Geddel inviabilizaram sua perman�ncia no cargo. O Iphan da Bahia permitiu a constru��o, mas o caso estava com o �rg�o nacional, que abriu prazo para a defesa da empresa se manifestar. Enquanto isso, Geddel pedia para a decis�o de Bras�lia confirmar a de Salvador: “E a�, como � que eu fico nessa hist�ria?”, teria dito o ministro da Secretaria de Governo. Calero narra uma suposta amea�a: “N�o quero ser surpreendido com uma decis�o e ter que pedir a cabe�a da presidente do Iphan. Se for o caso eu falo at� com o presidente da Rep�blica.”

Vista simulada da Baía de Todos os Santos, em Salvador, do prédio em que Geddel comprou um imóvel no 23º andar: Iphan embargou obras acima do 13º pavimento (foto: Reprodução/COSBAT)
Vista simulada da Ba�a de Todos os Santos, em Salvador, do pr�dio em que Geddel comprou um im�vel no 23� andar: Iphan embargou obras acima do 13� pavimento (foto: Reprodu��o/COSBAT)

Geddel nega ter feito a afirma��o e o pedido de demiss�o a Temer. “Isso � uma inverdade”, assegurou ao EM. “Acho fant�stica essa hist�ria de uma mem�ria maravilhosa de saber frases aspeadas ditas por mim.”

De acordo com Geddel, n�o h� nenhum problema �tico com sua atua��o. “N�o me constrange porque eu n�o pedi nenhuma imoralidade. Pelo contr�rio, me legitima porque eu estou a par do que estava acontecendo.” Para o ministro, o caso poderia ser tratado por ele mesmo, e n�o por outras pessoas. “Eu trabalharia de forma camuflada um tema? Tem que tratar com transpar�ncia com um colega de minist�rio, sem nenhuma press�o indevida, abordando um tema pol�mico do meu estado.”

Na vis�o de Geddel, o fato de o Iphan nacional ter contrariado seus argumentos prova que ele n�o fez press�es. “Que press�o � essa do poderoso ministro do governo?” Geddel disse que comprou o im�vel em 2015. Como ministro, ele deve informar seu patrim�nio ao assumir o cargo, de acordo com a Lei nº 8.730.
 
Presidente

Ele disse que conversou com o presidente Michel Temer, que pediu para responder �s perguntas e esclarecer os fatos. O ministro afirmou estar despreocupado com os trabalhos da Comiss�o de �tica e do Congresso sobre o tema. “Nada me preocupa nisso.”

Calero afirma que pensou em procurar o Minist�rio P�blico e a Pol�cia Federal. “Gente, esse cara � louco, pode estar grampeado e vai me envolver em rolo, pelo amor de Deus.” O ex-ministro da Cultura diz ter feito a den�ncia quando entendeu que estava sendo “fritado” por espalharem que ele sa�a devido � organiza��o de um evento que custou R$ 500 mil.

A��o judicial


O projeto do La Vue tem 30 andares de 24 unidades residenciais, com vista para a Ba�a de Todos os Santos. Para o Iphan, edifica��es acima do 13º andar comprometem o tombamento hist�rico da �rea de Salvador. As obras se iniciaram em 2015 e a previs�o de entrega � julho de 2018. N�o s�o aceitos financiamentos banc�rios. Quem optar pelo apartamento mais barato deve dar uma entrada de R$ 1,1 milh�o e arcar com as demais mensalidades para bancar a obra, em regime de condom�nio.

Uma a��o civil p�blica do Minist�rio P�blico Federal na Bahia foi aberta no dia 10 e pede a suspens�o das obras do edif�cio La Vue. A Procuradoria entende que o pr�dio “comprometeria a visibilidade dos bens tombados”.

Tr�s perguntas para Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo

O ex-ministro Calero diz que o senhor pediu para ele interferir nessa obra. � verdade?
Eu conversei com o Calero sobre o tema, levando a ele preocupa��es. A obra foi licenciada pelo Iphan em 2014, teve in�cio em 2015 e terminou se judicializando. Eu levei a ele a preocupa��o: “Calero, acompanha isso”. Houve uma reuni�o no Iphan, com a ex-presidente. E l� estavam presentes integrantes da fam�lia Mariane fazendo carga contra o empreendimento. A fam�lia Mariane tem ali a fazenda Mariane na beira e n�o quer que nenhum pr�dio se construa ali sob pena de, supostamente, devassar a mans�o deles. Cria dificuldades. E falei com ele (Calero) umas duas ou tr�s vezes sobre esse tema. Mas isso n�o significou, em nenhum momento, press�o indevida. Tanto n�o foi que a posi��o do Iphan foi na linha do que eu n�o pensava que fosse. (O Iphan) embargou a obra. N�o houve press�o nenhuma. Eu n�o pedi. Eu lamento. Fico entristecido. Sempre tive o Calero, ele no estilo dele e eu no meu, uma rela��o absolutamente correta, tranquila, serena. Eu me surpreendi com a posi��o de Calero de dar essas declara��es. A posi��o do Iphan Nacional � divergente da que eu penso que � correta. Ent�o, que press�o � essa do poderoso ministro do governo?

O fato de o senhor ter um im�vel no pr�dio…
N�o me constrange porque eu n�o pedi nenhuma imoralidade. Pelo contr�rio, me legitima porque eu estou a par do que estava acontecendo.Tem que tratar com transpar�ncia com um colega de minist�rio, sem nenhuma press�o indevida, abordando um tema pol�mico do meu estado. J� foi muito tempo com essa pol�mica.

O senhor disse que levaria o caso de pedir a demiss�o da presidente do Iphan ao presidente Michel Temer?
Isso � uma inverdade. Nunca disse. Acho fant�stica essa hist�ria de uma mem�ria maravilhosa de saber frases aspeadas ditas por mim. � uma inverdade que eu tenha dito que ia levar esse assunto ao presidente da Rep�blica. Nunca falei com o presidente Temer. N�o compreendo essas declara��es do ministro Calero.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)