O papel do ent�o vice-presidente Michel Temer na chapa que reelegeu Dilma Rousseff � Presid�ncia em 2014 foi destacado em depoimentos prestados na segunda-feira, 21, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declara��es foram realizadas por Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha, e por Giles Azevedo, ex-assessor especial da petista, ambos testemunhas de defesa da ex-presidente.
"A estrutura de campanha era uma s�. Ent�o, a estrutura de quem tava (sic) trabalhando na campanha do vice-presidente, eram todos contratados pela campanha da presidenta Dilma, porque a campanha era uma s�. � a campanha da chapa majorit�ria - legalmente n�o existe essa divis�o. O vice-presidente at� tem uma conta, mas efetivamente, as despesas... as grandes despesas da campanha, elas s�o unificadas", disse o ex-tesoureiro ao TSE.
Os depoimentos exp�em a estrat�gia da defesa de Dilma de tratar a chapa Dilma/Temer como indissol�vel, enquanto o peemedebista pede a separa��o de suas contas no julgamento do processo que investiga supostas irregularidades cometidas na campanha de 2014. Nos bastidores, petistas argumentam que "ou os dois morrem juntos ou os dois se salvam juntos".
De acordo com Edinho, Michel Temer teve um "papel pol�tico importante" na campanha, participando ativamente de reuni�es onde foram discutidas quest�es estrat�gicas. "O vice-presidente tinha um papel fundamental por ser um articulador pol�tico de muito respeito. Na prepara��o das primeiras iniciativas da campanha, quando se avaliou a pol�tica de alian�as tamb�m, no segundo turno, em alguns momentos. Eu n�o poderia aqui enumerar todas as vezes", comentou.
Fretado
J� Giles Azevedo, que atuou como coordenador de agenda da campanha, disse que Temer fez com�cios sem a petista, representando a chapa, e visitou "poucas vezes" o comit� de campanha. Al�m disso, afirmou que o peemedebista teve despesas de transporte pagas pela campanha.
"At� no in�cio do processo eleitoral, n�s buscamos na legisla��o ver se a legisla��o amparava o vice-presidente nas viagens da FAB, mas o Jur�dico da Casa Civil e da Vice-Presid�ncia tamb�m viram que n�o tinha esse respaldo, ent�o as viagens dele foram todas com avi�o fretado e os carros alugados pela campanha, pela chapa Dilma/Temer", destacou.
Giles negou que a campanha presidencial se preocupava com os desdobramentos da Opera��o Lava Jato, que revelou um esquema de corrup��o envolvendo empreiteiras e a Petrobras. A primeira fase da Lava-Jato foi deflagrada em mar�o de 2014, antes do in�cio oficial da campanha eleitoral.
"Eu n�o me lembro exatamente quando � que se desencadeou a Lava Jato, mas n�o era uma preocupa��o da campanha. A campanha estava em andamento. Quer dizer, isso era uma coisa, em tese, referente ao passado. N�o havia nenhuma preocupa��o de que isso pudesse atingir a campanha", comentou.
Das 25 testemunhas de acusa��o ouvidas pelo TSE, est�o tamb�m delatores da Lava Jato, como o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o executivo Ot�vio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.
Em depoimento na quinta-feira, 17, Azevedo negou que a campanha � reelei��o de Dilma Rousseff e Michel Temer tenha recebido dinheiro de propina da Andrade Gutierrez. Confrontado com documentos que contradiziam o seu depoimento anterior, o executivo apresentou uma nova vers�o dos fatos e afirmou que a contribui��o de R$ 1 milh�o feita ao diret�rio do PMDB foi volunt�ria, sem nenhuma origem irregular.