
Ao mesmo tempo em que relatou sua "indigna��o" com as "mentiras" dos delatores que afirmaram terem pago propinas a ele e seus aliados referentes �s grandes obras do governo do Rio, o ex-governador S�rgio Cabral (PMDB) n�o soube explicar � Pol�cia Federal, ou afirmou n�o se recordar, sobre detalhes envolvendo sua pr�pria resid�ncia e despesas de sua fam�lia e sua esposa, incluindo joias e obras de arte.
Em seu depoimento prestado aos investigadores no dia 17, por exemplo, o peemedebista relatou que, no final de 2010, teve que sair do im�vel em que morava "devido a necessidade de obra" e foi morar em um im�vel emprestado por Guilherme Paes. Questionado, por�m, sobre quem teria contratado a obra e comprado o mobili�rio para sua resid�ncia, ele disse que "n�o se recorda".
A PF, ent�o, questionou a ele por que as notas fiscais da obra e dos m�veis estavam em nome de S�nia Baptista e ele reiterou que "n�o se recorda". S�nia foi assessora de Cabral quando ele era senador e tamb�m foi s�cia do ex-secret�rio de Cabral no governo do Rio, Carlos Miranda, preso na Opera��o Calicute. Investigada, S�nia foi alvo de um mandado de condu��o coercitiva, quando a pessoa � levada pela PF para depor.
Os investigadores indagaram ainda se S�nia ajuda a atual governanta de Cabral, identificada como Gilda, a pagar as "despesas do lar", ao que o ex-governador respondeu: "possivelmente sim, n�o sabendo informar se h� contrapresta��o financeira para S�nia".
Joias
Questionado sobre as joias e obras de arte que mant�m em sua resid�ncia, o ex-governador tamb�m demonstrou n�o saber muito sobre o assunto. Sobre os as obras de arte em suas resid�ncias no Rio e em Mangaratiba ele disse que "n�o saberia precisar" se eles valiam mais de cem mil reais e que "alguns foram adquiridos por sua esposa ou recebidos de presente".
Os investigadores insistiram e perguntaram sobre os certificados das obras de arte e das joias e onde eles estariam. Mais uma vez, o peemedebista tentou se dissociar dos bens. "O declarante esclarece que n�o administra tais bens, podendo alguns estarem em sua resid�ncia", disse no depoimento.
Sobre as joias, a PF ainda perguntou a Cabral sobre compras feitas em algumas joalherias com base em depoimentos dos pr�prios vendedores dos artigos de luxo. Em rela��o � joalheria Antonio Bernardo, o ex-governador admitiu que comprou l� "uma ou duas vezes, n�o recordando se (o pagamento) fora em esp�cie ou em cart�o".
Confrontado com a vers�o da vendedora da joalheria Vera L�cia, de que teria adquirido os bens de luxo sempre com dinheiro em esp�cie, o peemedebista alegou n�o se recordar das compras. Ele foi ainda questionado sobre compras de joias com dinheiro em esp�cie no per�odo em que foi deputado e senador, bem como sobre compras feitas por seus filhos com dinheiro em esp�cie. Mais uma vez, sua mem�ria teria falhado: "O indiciado afirma que n�o se recorda".
Em rela��o a outra joalheria, a H. Stern, Cabral tamb�m admitiu que adquiriu joias l� "uma ou duas vezes" com a vendedora Maria Luiza Trotta. Tamb�m em rela��o a estas joias, Cabral alegou que "n�o se recorda do valor" delas e, ao ser confrontado com o depoimento da vendedora, que disse que ele teria adquirido os artigos de luxo no valor de at� R$ 100 mil e com dinheiro em esp�cie, novamente sua mem�ria "falhou". "N�o se recorda", disse.
Por fim, ele ainda foi indagado sobre se teria adquirido joias nas lojas Amsterdam Sauer e Sara Joias, mas, definitivamente, a mem�ria de Cabral n�o o ajudou durante o depoimento � PF e � Procuradoria da Rep�blica. "O indiciado relatou que n�o se recorda".