
Em Minas Gerais, os investimentos do governo estadual at� dezembro alcan�aram R$ 2,9 bilh�es, sendo quase um ter�o desse montante por meio de opera��es de cr�ditos – R$ 900 milh�es –, informou a Secretaria de Estado de Planejamento. Em rela��o aos �ltimos anos, a queda nos gastos p�blicos em Minas � significativa. Em 2013 e 2014, os investimentos p�blicos no estado ficaram acima dos R$ 5 bilh�es – j� os dados do ano passado n�o foram divulgados.
O desempenho ruim dos gastos p�blicos acompanha o cen�rio igualmente negativo dos investimentos feitos pelo setor privado, o que explica o momento de retra��o geral enfrentado pelo pa�s. De acordo com levantamento divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a taxa de investimento como propor��o do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2016 foi a menor dos �ltimos 13 anos.
Segundo o instituto, o percentual de investimento de 16,5% foi o menor verificado desde 2003, quando o percentual dos investimentos foi de 16,3%. O IBGE destacou que o recuo dos investimentos em rela��o proporcional ao PIB ocorre de forma cont�nua desde 2013.

Esperan�a no setor privado A baixa dos investimentos produz um impacto ainda mais duro para a economia mineira segundo avalia o gerente de Estudos Econ�micos da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Le�o. “Esse cen�rio de queda influencia diretamente a economia do estado pelas caracter�sticas de nossa estrutura produtiva. Temos uma cadeia fortemente ligada ao min�rio, com a produ��o de a�o, de cimento e de v�rios outros derivados do metal. Com a queda dos investimentos, com a paralisa��o de obras e constru��es, nossa cadeia produtiva � atingida duramente”, explica.
O economista v� com pessimismo a hip�tese de que partir� do pr�prio governo federal uma a��o de est�mulo aos investimentos no pr�ximo ano, mas afirma que a esperan�a de uma retomada est� no setor privado, que ter� a necessidade de recompor as perdas com tr�s anos seguidos de deprecia��o. “Para 2017, j� sabemos que dificilmente haver� uma retomada por parte dos investimentos p�blicos. Temos uma crise fiscal grav�ssima que afeta munic�pios, estados e o governo federal. � dif�cil esperar alguma alavancagem do poder p�blico. A retomada dever� partir da necessidade de recomposi��o do setor privado. Chega uma hora em que � preciso recompor m�quinas para manter a produ��o”, analisa Guilherme Le�o.
Nas obras de infraestrutura, diante da falta de verbas nos cofres p�blicos, a aposta do presidente Michel Temer (PMDB) para o pr�ximo ano s�o as concess�es. Mas, segundo Le�o, o sucesso do programa de concess�es lan�ado pelo Pal�cio do Planalto em setembro depender� de fatores externos e de um ambiente est�vel para investidores. “O capital externo ter� um peso fundamental para mudar esse cen�rio. O exemplo positivo vem dos aeroportos que j� foram concedidos � iniciativa privada e as previs�es de investimentos est�o mantidas. Caber� ao governo acelerar esse processo”, afirma o economista.