S�o Paulo- A Pol�cia Federal realiza nesta sexta-feira, 16, a��es em 11 Estados e no Distrito Federal. Os policiais fazem buscas e apreens�es em 52 diferentes endere�os relacionados com uma organiza��o criminosa investigada por um esquema de corrup��o em cobran�as judiciais de royalties da explora��o mineral (65% da chamada Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os munic�pios).
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justi�a Federal de Bras�lia, determinou ainda que os munic�pios se abstenham de realizar quaisquer atos de contrata��o ou pagamento aos tr�s escrit�rios de advocacia e consultoria sob investiga��o.
As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema no qual um Diretor do Departamento Nacional de Produ��o Mineral detentor de informa��es privilegiadas a respeito de d�vidas de royalties oferecia os servi�os de dois escrit�rios de advocacia e uma empresa de consultoria a munic�pios com cr�ditos de CFEM junto a empresas de explora��o mineral.
De acordo com a Pol�cia Federal, o esquema se dividia em ao menos quatro grandes n�cleos: o n�cleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, realizava a capta��o de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o n�cleo operacional, composto por escrit�rios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes p�blicos; o n�cleo pol�tico, formado por agentes pol�ticos e servidores p�blicos respons�veis pela contrata��o dos escrit�rios de advocacia integrantes do esquema; e o n�cleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na oculta��o e dissimula��o do dinheiro.
Entre os investigados por este apoio na lavagem do dinheiro est� uma lideran�a religiosa que recebeu valores do principal escrit�rio de advocacia respons�vel pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais � que este l�der religioso pode ter "emprestado" contas correntes de uma institui��o religiosa sob sua influ�ncia com a inten��o de ocultar a origem il�cita dos valores.
A Opera��o Tim�teo come�ou ainda em 2015, quando a ent�o Controladoria-Geral da Uni�o enviou � PF uma sindic�ncia que apontava incompatibilidade na evolu��o patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade p�blica pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milh�es.
As a��es da PF acontecem nas seguintes unidades da federa��o: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO. O nome da opera��o � refer�ncia a uma passagem do livro Tim�teo, integrante da B�blia Crist�: "Os que querem ficar ricos caem em tenta��o, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ru�na e na destrui��o".