Documentos revelam que os pagamentos ocorreram entre 16 de dezembro de 2009 e 27 de agosto de 2012. A propina teria sido paga "em troca de projetos" que a Odebrecht realizaria. Para realizar os pagamentos sem deixar rastros, pelo menos duas transfer�ncias envolveram empresas de fachada criadas no pr�prio Panam�.
O MP su��o aponta integrantes do gabinete do ex-presidente Ricardo Martinelli, que governou o pa�s de 2009 a 2014, como destinat�rios do dinheiro e d� detalhes de cada um dos pagamentos que estavam nos servidores que a construtora brasileira mantinha na Su��a e que foram confiscados pelos procuradores de Berna.
Segundo a apura��o dos procuradores su��os, o dinheiro havia sido entregue com a promessa de que a construtora fosse beneficiada em licita��es p�blicas. Os documentos de Berna n�o listam as obras obtidas pela construtora brasileira, mas o Estado apurou que, no mesmo per�odo em que a propina foi paga, dez licita��es p�blicas foram vencidas pela Odebrecht no pa�s centro-americano, num valor de mais de quase US$ 4 bilh�es. Nelas est�o inclu�das a linha 1 do metr�, projeto de �gua pot�vel e estradas.
No dia 21 de dezembro, a Su��a aplicou uma multa de mais de US$ 211 milh�es contra a empresa brasileira, sob a alega��o de que ela teria usado o sistema banc�rio do pa�s para cometer os crimes.
As transa��es identificadas pelos su��os nos servidores coincidem com declara��es de executivos da empresa em dela��es � Justi�a brasileira. Um deles era Luiz Eduardo Soares, que trabalhava no Setor de Opera��es Estruturadas, apontado como respons�vel por organizar o pagamento de propinas.
"No Panam�, auxiliei o executivo Andr� Rabelo, para v�rias obras", disse em sua dela��o. "Os reais benefici�rios eram pessoas politicamente expostas. Um deles era o filho do ex-presidente do Panam� Ricardo Martinelli", declarou.
Contratos
No Panam�, o atual governo j� anunciou que a Odebrecht est� proibida de participar de licita��es. A Odebrecht � hoje a maior empresa estrangeira com contratos no Panam�, avaliados em mais de US$ 8,5 bilh�es.
Desde 2015, o Panam� investiga suspeitas de propina no governo de Martinelli. O ex-presidente nega qualquer envolvimento e afirma que o processo � uma "persegui��o pol�tica orquestrada pelo atual governo".
Entidades como a Transpar�ncia Internacional, por�m, t�m criticado as investiga��es no pa�s e apontam lentid�o das autoridades no caso.