A Pol�cia Federal (PF) indiciou o engenheiro Glauco Legatti, ex-gerente da Refinaria de Abreu e Lima (RNEST), empreendimento bilion�rio da Petrobras em Pernambuco, por corrup��o passiva e organiza��o criminosa. O despacho de indiciamento tamb�m atribui os crimes de corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa ao lobista Shinko Nakandakari, apontado pela Opera��o Lava-Jato como operador de propinas, e ao executivo Erton Medeiros Fonseca, ligado � Galv�o Engenharia.
No in�cio de novembro, Legatti procurou a for�a-tarefa da Lava Jato para prestar "esclarecimentos de forma espont�nea", ap�s ter sua tentativa de dela��o premiada frustrada. O ex-gerente da refinaria confessou ter recebido propina da Odebrecht e de Shinko Nakandakari e entregou documentos que comprovariam suas declara��es.
O indiciamento de Legatti se refere a "crimes de corrup��o passiva, por ter recebido vantagem indevida alcan�ada pela Galv�o Engenharia, em raz�o da sua fun��o como gerente da RNEST, e de pertin�ncia a organiza��o criminosa".
"Glauco Legatti, em sua reinquiric�o, confessou espontaneamente o recebimento de recursos alcan�ados por Shinko Nakandakari. Afirmou que, por volta de 2013, Shinko lhe entregou uma caixa de whisky com dinheiro dentro; que a oferta em quest�o estava associada a obten��o de benesses em favor da Galv�o Engenharia no �mbito do projeto RNEST. Que a entrega de dinheiro ocorreu mais duas vezes, no mesmo modus operandi (dentro de caixa, em um hotel). Nega, contudo, ter recebido o total informado por Shinko (R$ 400 mil), afirmando que recebeu um valor aproximado de R$ 120 mil, a �nica aparente discrep�ncia com rela��o ao relato do colaborador Shinko", afirma o documento.
O despacho de indiciamento � subscrito pela delegada federal Renata da Silva Rodrigues, que cita os supostos pagamentos repassados pela Odebrecht a Glauco Legatti.
"Os pagamentos teriam ocorrido at� 2014, e teriam totalizado US$ 7 milh�es. Glauco relatou, ainda, suas atua��es em favor da Odebrecht, e que teriam consistido em contrapartida pelos pagamentos", aponta o documento, que cita o executivo Rog�rio Ara�jo, ligado � Odebrecht.
"Entendo que eventual acordo de colabora��o com Rog�rio Ara�jo (conforme amplamente divulgado na imprensa) certamente ir� trazer todos os elementos necess�rios para a corrobora��o ou n�o das alega��es de Glauco, especialmente quanto a titularidade das contas utilizadas por Rog�rio Ara�jo para os pagamentos em favor de Glauco no exterior."
A delegada afirmou ainda: "por consistir em fato n�o contido no objeto inicial deste IPL, deixo de examinar tais fatos relatados por Glauco e relacionados � Odebrecht, os quais dever�o ser objeto de apura��o pr�pria por ocasi�o do compartilhamento de eventual acordo de Rog�rio Ara�jo e no qual haja indica��o de investiga��o preliminar."
Defesas
O advogado Luis Gustavo Rodrigues Flores, que defende Glauco Legatti, disse que o indiciamento "n�o � uma surpresa". "J� esper�vamos", afirmou o criminalista. O espa�o est� aberto para manifesta��o dos defensores dos outros indiciados.