Bras�lia - Quase tr�s anos ap�s o in�cio da Opera��o Lava-Jato, policiais federais e procuradores da Rep�blica envolvidos nas investiga��es preveem desdobramentos em ao menos mais sete estados em 2017. A conta leva em considera��o as suspeitas sobre obras e desvios de dinheiro p�blico que surgiram at� agora.
Apenas nos documentos apreendidos na 35ª fase da Lava-Jato, a Omert�, os investigadores encontraram e-mails e pedidos de pagamento via Setor de Opera��es Estruturadas, batizado como "departamento de propinas", atrelados a 27 projetos espalhados em 11 Estados - RJ, SP, BA, RS, PE, RN, PR, CE, PI, ES e GO. S�o obras que v�o desde a expans�o do metr� em S�o Paulo e no Rio aos est�dios da Copa em Pernambuco, Rio e Bahia.
A colabora��o da empreiteira baiana, alvo de ao menos quatro fases da opera��o em 2016, tamb�m vai dobrar o n�mero de delatores. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, at� agora eram 71 pessoas signat�rias de acordos. Com a Odebrecht, a investiga��o ganhar� mais 77 delatores, que j� se comprometeram a entregar pagamentos indevidos em cerca de 100 projetos espalhados pelo Brasil e outros 13 pa�ses.
Outros acordos
Al�m de inqu�ritos nos locais onde as obras foram realizadas, investigadores esperam uma esp�cie de "efeito colateral" da dela��o da Odebrecht em outras empreiteiras. Advogados j� foram avisados de que ao menos a Camargo Corr�a e a Andrade Gutierrez ter�o seus acordos revistos para inclus�o de novos fatos narrados pelos executivos da empreiteira baiana.
Ao recall nos acordos somam-se ainda as novas potenciais dela��es. S� de empreiteiras, est�o na fila da Procuradoria-Geral da Rep�blica a Mendes J�nior, a Delta Engenharia, a EIT Engenharia, a Galv�o Engenharia e a OAS.
Com essa converg�ncia de fatores, a expectativa dos investigadores da Lava Jato � de que em 2017 os n�meros de opera��es batam novo recorde, a exemplo do que ocorreu em 2016, quando foram realizadas 17 a��es e 20 den�ncias foram oferecidas.
Desdobramentos
Fora de Curitiba, foi no Rio onde as investiga��es mais avan�aram neste ano. Ap�s receber material oriundo da 16.ª fase da Lava Jato, o juiz Marcelo Bretas autorizou tr�s outras opera��es - Irmandade, Pripyat e Calicute. Esta �ltima foi a primeira a��o conjunta entre a for�a-tarefa de Curitiba e outro n�cleo de investiga��o. O resultado foi, al�m do avan�o das apura��es sobre desvios na Eletronuclear, a pris�o do ex-governador S�rgio Cabral, de sua mulher, Adriana Ancelmo, e dos seus principais auxiliares da �poca que comandou o Pal�cio da Guanabara.
Em S�o Paulo, a Lava-Jato resultou na Opera��o Custo Brasil, que investiu contra um suposto esquema de pagamento de propina e fraudes em contratos no Minist�rio do Planejamento. No Distrito Federal, a Opera��o Janus investiga pessoas ligadas ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e levou coercitivamente para depor Taiguara dos Santos, sobrinho da ex-mulher de Lula.