Um acervo criminal e hist�rico de mais de 30 milh�es de documentos, guardados em uma sala sem janelas com acesso controlado e monitorado 24 horas por c�meras na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, forma o banco de dados da Opera��o Lava Jato. A dela��o da Odebrecht, que deve ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entre fevereiro e mar�o, vai mais do que duplicar as investiga��es.
No terceiro andar da Superintend�ncia em Curitiba, o centro nervoso da Lava Jato ocupa quatro salas interligadas por portas internas que formam um labirinto circular.
A primeira sala guarda HDs com c�pias de seguran�a dos arquivos digitalizados. Nas prateleiras est�o pastas de inqu�ritos, relat�rios, apensos e an�lises dos mais de 400 inqu�ritos e procedimentos criminais j� abertos pelos delegados.
Na segunda e na quarta salas trabalham equipes de analistas que passam o dia abrindo arquivos apreendidos em buscas, triando dados de relev�ncia para as apura��es e produzindo relat�rios de an�lise - um grupo restrito de cerca de 20 investigadores. Cada equipe tem um chefe e est� vinculada a um delegado da Lava Jato.
Todo o material � digitalizado, indexado e colocado em uma plataforma acess�vel para permitir buscas em todo o acervo do caso por meio de palavras-chave, uma esp�cie de Google interno da Lava Jato. O sistema usa programa desenvolvido por um perito da Pol�cia Federal de S�o Paulo.
Arquivos
A sala do banco de dados � a terceira. Tem seis metros por tr�s e uma mesa retangular no centro, onde est�o um terminal de computador e quatro laptops - todos ligados a dois servidores sob a mesa, que armazenam a integralidade do material apreendido.
Nos servidores, com capacidade para pelo menos 30 terabytes de mem�ria, est�o guardados planilhas de obras p�blicas, contratos e registros de pagamentos das maiores empreiteiras do Pa�s, arquivos de textos, anota��es, agendas de encontros, conversas telef�nicas, trocas de mensagens de e-mails e celular de empres�rios, pol�ticos, lobistas e doleiros. Os servidores guardam tamb�m todo o material produzido pelos investigadores: laudos de per�cias, relat�rios de an�lises, dados de quebras de sigilos fiscal, banc�rio e telem�tico dos investigados.
Os arquivos da corrup��o da Odebrecht apreendidos no "departamento da propina", o Setor de Opera��es Estruturadas, a integralidade dos grampos nos telefones do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e seus familiares, e documentos apreendidos na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), no Rio, integram os arquivos.
O banco de dados da Lava Jato est� armazenado em um dos servidores sem acesso � internet, inacess�vel a hackers. Para fazer buscas, � preciso usar senha pessoal e registrar em uma planilha nome do usu�rio, data, hora e motivo da pesquisa. No teto, uma c�mera voltada para a mesa grava todo movimento nos terminais, dia e noite.
O segundo servidor � o da "rede Lava Jato", o sistema de comunica��o interna da equipe de policiais que atua exclusivamente na apura��o do caso. A rede � tamb�m o canal com o cart�rio da Justi�a Federal, para envio de documentos ao juiz federal S�rgio Moro e aos membros da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal, coordenada pelo procurador da Rep�blica Deltan Dallagnol.
O delegado Maur�cio Moscardi, um dos coordenadores da equipe da Lava Jato, afirmou que um novo sistema para ampliar as capacidades de armazenamento e processamento dos dados ser� feito em 2017, com um investimento de mais de R$ 500 mil. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.