
Num contraponto � tensa disputa ao comando da C�mara, o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), deve se eleger nesta quarta-feira presidente da Casa pelos pr�ximos dois anos. Aos 64 anos e senador de primeiro mandato, Eun�cio vinha costurando nas �ltimas semanas apoio de partidos da base aliada e da oposi��o, com a promessa de distribui��o de cargos respeitando o tamanho das bancadas.
Empres�rio com a segunda maior fortuna declarada no Senado, R$ 99 milh�es em 2014, o senador � defensor da agenda de reformas do presidente Michel Temer, de quem se diz "amigo" e "parceiro".
Eun�cio, que tamb�m presidir� o Congresso e ser� o segundo na linha sucess�ria da Presid�ncia, disse � reportagem que o Poder Legislativo deve debater com profundidade a reforma da Previd�ncia e eventualmente rever a possibilidade, contida no texto, de que a aposentadoria integral s� ocorrer� com 49 anos de contribui��o.
"Nada que entra aqui tem a obriga��o de sair do jeito que chegou", afirmou. Mas d� sinais de que trabalhar�, se necess�rio, para garantir o calend�rio do governo de aprovar a reforma nas duas Casas Legislativas ainda no primeiro semestre. "Discuss�o r�pida n�o quer dizer n�o discuss�o, n�o debate e n�o modifica��o (no texto)."
O peemedebista tem dito que, a despeito da pauta de Temer, vai defender uma agenda de desburocratiza��o do Pa�s e que ajude a criara um ambiente prop�cio para os neg�cios. Para ele, esse debate n�o pode ser exclusivo do Executivo.
Mesmo como cotado para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL) desde a recondu��o dele, em fevereiro de 2015, Eun�cio s� teve sua candidatura confirmada por aclama��o da bancada do PMDB nesta ter�a-feira, em encontro na resid�ncia oficial do Senado.
Diferentemente do antecessor, que se envolveu em uma s�rie de conflitos com o Judici�rio, o peemedebista tem pregado o di�logo entre os Poderes e disse que pretende se reunir em breve com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra C�rmen L�cia.
Lava-Jato
O senador afirmou n�o ter "nenhuma preocupa��o" com a homologa��o da dela��o dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Ele foi citado pelo executivo Cl�udio Mello Filho como recebedor de R$ 2,1 milh�es em recursos para facilitar a aprova��o de uma medida provis�ria de interesse da empreiteira. O peemedebista recha�a a acusa��o e at� tirou um "nada consta" do Supremo para dizer que n�o � alvo de investiga��o. "(N�o tenho) nenhuma (preocupa��o), sei o que fiz e sei o que n�o fiz, tenho absoluta convic��o e quem acompanha o meu trabalho sabe o que fiz nesses 20 anos."
Para Eun�cio, n�o h� "absolutamente nenhum" constrangimento com a atual situa��o por que passa. Na reta final da campanha, contudo, um colega de bancada, Roberto Requi�o (PMDB-PR), passou a defender a divulga��o do conte�do das dela��es, medida que poderia prejudicar o correligion�rio, e tentava costurar no dia anterior � elei��o, com o apoio do PT e do PCdoB, uma candidatura "alternativa" no PMDB, partido que tem a prerrogativa de indicar o candidato. At� a conclus�o desta reportagem, n�o estava certo se Requi�o iria se lan�ar � disputa.
Cr�tico da falta de debate - at� o momento o favorito n�o divulgou uma "plataforma de governo" -, Requi�o ao menos conseguiu a promessa de Eun�cio de encampar, caso eleito, sua pauta de reivindica��es, entre elas uma maior participa��o dos senadores na distribui��o de relatorias de projetos.