
Em meio � grande ofensiva que prepara contra pelo menos 170 pol�ticos - entre deputados, senadores e ex-parlamentares - citados em mais de 900 depoimentos de 77 delatores da empreiteira Odebrecht, o procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot contabiliza em dois anos de Opera��o Lava-Jato um acervo de 20 den�ncias criminais no Supremo Tribunal Federal, al�m do pedido de abertura de 28 inqu�ritos envolvendo 55 investigados.
"A teia criminosa se divide em uma estrutura com v�nculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunh�o de esfor�os e objetivos, e em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estrat�gicos, de comando, controle e de tomadas de decis�es mais relevantes", disse Janot, segundo informa��es divulgadas pela Assessoria de Comunica��o Estrat�gica da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Para Janot, os n�meros desses dois anos de investiga��o perante o STF demonstram "o aperfei�oamento do Minist�rio P�blico Federal no combate � corrup��o".
"N�o s� avan�amos nessa �rea tem�tica, com desenvolvimento de t�cnicas de investiga��o e defini��o de estrat�gias, como tivemos mais agilidade nos tr�mites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro", disse.
O procurador tamb�m destaca a import�ncia da coopera��o internacional para aprofundar as investiga��es do esquema de desvio de recursos p�blicos, grande parte deles enviados para contas no exterior.
Nesses dois anos, tamb�m foram pedidos sete arquivamentos e alguns decl�nios de atribui��o para outros tribunais.
A atua��o foi motivada pelo envolvimento de pessoas com prerrogativa de foro citadas em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do operador financeiro Alberto Youssef.
Novos fatos e envolvidos
Segundo a Procuradoria, com o aprofundamento das investiga��es, foram descobertos fatos novos e surgiram mais envolvidos, com a abertura de outros nove inqu�ritos.Desde ent�o, no total, foram apresentadas 20 den�ncias com 59 acusados - sem repeti��o de nomes -, sendo que s� em cinco casos houve recebimento pela Suprema Corte.
Nem todos foram novamente autuados como a��es penais e dois deles j� foram remetidos para a Justi�a Federal na 1.ª inst�ncia por envolverem o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que perdeu a prerrogativa de foro perante o STF.
Outros seis inqu�ritos foram arquivados e, em dois anos, tamb�m foram realizadas seis opera��es a pedido do procurador-geral da Rep�blica - sendo tr�s em 2015; duas em 2016; e uma em 2017.
Houve a celebra��o de 49 acordos de colabora��o premiada homologados perante o STF.
Janot destaca que nesse per�odo houve o pedido de desmembramento de investiga��es do maior inqu�rito, n�mero 3989, da Lava Jato no Supremo.
O ent�o relator, ministro Teori Zavascki, concordou com a proposta de divis�o em quatro grandes grupos - membros do grupo criminoso organizado inseridos no PP e aos que, com esses, atuaram em concurso de pessoas; membros do PT; do PMDB com articula��o no Senado; e do PMDB com articula��o na C�mara.