Bras�lia, 07 - Presente no jantar no Pal�cio do Jaburu em que foram negociados repasses para a campanha eleitoral de 2014, o ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Cl�udio Melo Filho afirmou em depoimento prestado ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, que o ent�o vice-presidente Michel Temer presenciou as tratativas realizadas na noite de 24 de abril daquele ano. No encontro foi acertado o repasse de R$ 10 milh�es ao PMDB.
O depoimento de Melo Filho, realizado nesta segunda-feira, 6, na sede do TSE, ocorreu no �mbito da a��o que investiga abuso de poder pol�tico e econ�mico na campanha presidencial de 2014 e pode gerar a cassa��o da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
As declara��es de Melo Filho se chocam com o depoimento realizado na �ltima quinta-feira, 2, por Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que leva o seu nome, segundo relatos de quem acompanhou as duas audi�ncias. Ao depor para Benjamin, Marcelo teria dito que no momento em que foram mencionados os valores da doa��es na reuni�o do Jaburu, Temer n�o estava presente. Melo afirma, contudo, que o ent�o vice-presidente da Rep�blica estava na sala, mas que as tratativas sobre a divis�o dos R$ 10 milh�es se desenrolaram entre Marcelo e o agora ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Apesar da presen�a de Temer, Melo Filho afirma que o peemedebista n�o falou em valores e que antes apenas pediu uma ajuda para a campanha do PMDB.
Segundo Melo Filho, a ideia inicial era repassar todo o recurso para a campanha de Paulo Skaf (PMDB), candidato ao governo de S�o Paulo em 2014. A iniciativa encontrou resist�ncia e, a partir da�, ficou acertado que R$ 6 milh�es iriam para Skaf e o restante, R$ 4 milh�es, para o PMDB.
O ex-diretor n�o soube responder, contudo, se todo o montante destinado � legenda era de caixa 2. Depois de fechado o entendimento no jantar do Jaburu, Melo Filho disse que n�o foi falado como seria feita a operacionaliza��o dos repasses e que era Marcelo quem decidia sobre isso.
Em nota, a defesa do presidente Michel Temer afirmou que, em raz�o de os depoimentos no TSE serem sigilos, "somente ap�s o t�rmino das oitivas ser� poss�vel avali�-las adequadamente, uma vez verificadas in�meras contradi��es nas vers�es das testemunhas-colaboradoras".
A Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia da Rep�blica afirmou na quinta-feira passada, 2, no entanto, por meio de nota, que o depoimento em que Marcelo afirma que Temer n�o esteve presente nas tratativas de valores entre a empresa e o PMDB, confirmou "aquilo que o presidente Michel Temer vem dizendo h� meses". "Houve o jantar (entre Temer e o empres�rio), mas n�o falaram de valores durante o encontro e a empresa deu aux�lio financeiro a campanhas do PMDB", diz o texto.
