Bras�lia – O abalo s�smico sentido em Bras�lia na �ltima semana com o depoimento de Marcelo Odebrecht e dos ex-diretores da Odebrecht Infraestrutura Benedito J�nior e da Odebrecht Ambiental Fernando Reis, dentro do processo de cassa��o da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), � apenas uma p�lida sinaliza��o do terremoto que vir� nesta semana, com o fim do sigilo das 77 dela��es premiadas feitas pelos executivos da empreiteira baiana. Amanh�, ser� a vez de Cl�udio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar serem ouvidos no TSE. Tamb�m faltam os depoimentos de Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo Soares.
Mas analistas que acompanham o dia a dia do Judici�rio duvidam que Janot abrir� a caixa de Pandora — refer�ncia ao lend�rio artefato da mitologia grega que continha todos os males do mundo — de uma vez s�, pois isso diminuiria a margem de manobra pol�tica diante dos investigados. Os peemedebistas Renan Calheiros e Romero Juc�, por exemplo, defendem que a divulga��o seja integral, para evitar exposi��es dos nomes a conta-gotas.
LONGA LISTA Apenas a dela��o de Cl�udio Melo Filho — que ser� ouvido amanh� no processo do TSE — cita 50 pol�ticos. A abertura da lista completa deve elevar esse n�mero para cerca de 200 pessoas, entre senadores, ministros, governadores e pessoas sem foro privilegiado, que estariam sujeitas �s investiga��es do juiz S�rgio Moro, em Curitiba, ou de Marcelo Br�tas, no Rio de Janeiro.
Os nomes j� ouvidos e que ainda prestar�o depoimento no processo do TSE foram convocados por ser considerados os principais executivos da Odebrecht com informa��es relevantes. Ao depor perante o ministro Hermann Benjamin, eles se viram obrigados a se restringir �s respostas relativas � chapa PT-PMDB nas elei��es de 2014. De qualquer maneira, o que j� veio � tona na semana fez estragos.
O chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, est� com a perman�ncia no governo praticamente descartada. Por enquanto, ele se escora em uma licen�a m�dica que deve durar mais tr�s semanas, ap�s uma cirurgia para retirada da pr�stata. Ele teve o nome citado por Marcelo Odebrecht ao TSE — e por Cl�udio Melo Filho � Lava-Jato — como um dos participantes de um jantar no Pal�cio do Jaburu, em 2014, onde teria sido acertado o repasse de R$ 10 milh�es da empreiteira para campanhas do PMDB.