Bras�lia - Pressionados pelo avan�o da Lava-Jato e �s v�speras do envio da lista do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes da c�pula do Executivo e do Congresso aceleraram as discuss�es para aprovar mudan�as no sistema de financiamento de campanha eleitoral.
Uma das propostas em discuss�o � a que prev� financiamento p�blico com lista de candidatos indicados pelos partidos. Ela seria aprovada com mais rapidez e, com isso, passaria a valer j� para 2018 - altera��es nas regras eleitorais t�m de ser feitas at� 2 de outubro.
Para tratar do assunto, o presidente Michel Temer convocou uma reuni�o para esta quarta-feira, 15, com l�deres do Congresso. O tema tamb�m foi debatido em almo�o no domingo, que reuniu parlamentares e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes.
O encontro, oferecido pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para comemorar o anivers�rio do ministro da Secretaria de Governo, Ant�nio Imbassahy, e do presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), contou com o presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), o l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).
"Foi feita uma conversa que a ess�ncia foi a de que voc� pode, sim, fazer financiamento p�blico, � medida que tenha uma lista partid�ria pr�-ordenada. O partido organiza a lista pol�tica. Isso passa com facilidade pelo Senado e, na C�mara, o deputado (Jos�) Carlos Aleluia (BA) (vice-l�der do DEM na C�mara) sugeriu que se d� o direito de candidatura nata para os atuais detentores de mandato parlamentares", afirmou Agripino. "� uma ideia que teve consenso."
Para Aleluia, h� consenso de que � preciso alterar o atual modelo de doa��o de campanha. "Todos acham que o sistema atual n�o permite ter uma campanha saud�vel em 2018", disse o deputado do DEM. Parlamentares consideram dif�cil retomar o financiamento empresarial de campanha.
Uma poss�vel mudan�a no atual sistema eleitoral tem o respaldo de Gilmar Mendes, que, ap�s o almo�o de domingo, esteve com Temer. Ele defendeu, contudo, que, antes de discutir os repasses de recursos para as campanhas eleitorais, seja feita uma altera��o no modelo de candidatura.
"Eu acho que � totalmente fora de ci�ncia ficar discutindo financiamento no sistema atual, porque � enxugar gelo. � preciso alterar o sistema eleitoral, para a� adequar o financiamento", defendeu Gilmar, ap�s deixar o Pal�cio do Jaburu, resid�ncia de Temer em Bras�lia.
A intensifica��o da busca por um novo modelo ocorre menos de uma semana depois da decis�o da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que aceitou a den�ncia oferecida pela Procuradoria-Geral da Rep�blica contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. A acusa��o formal � a de que os R$ 500 mil doados oficialmente pela Queiroz Galv�o � campanha de Raupp ao Senado em 2010 seriam "propina disfar�ada".
'Arcaico'
"Com toda essa confus�o que est� a�, est� claro que o modelo de financiamento ficou para tr�s, � arcaico. Temos de encontrar um mecanismo porque n�o existe democracia sem pol�tica", afirmou ao Estado Eun�cio Oliveira.
Em um encontro nesta segunda-feira, 13, em Bras�lia, o presidente do Senado tamb�m tratou do tema com o ministro do Supremo Lu�s Roberto Barroso. Atualmente, Barroso � suplente no Tribunal Superior Eleitoral.
"Coloquei meu pensamento e ele considerou que um novo modelo de financiamento � um bom encaminhamento para se discutir. O modelo de financiamento privado morreu e deixou muitos problemas", disse Eun�cio. Segundo ele, a alternativa em discuss�o � a de utilizar recursos do Fundo Partid�rio.