Bras�lia, 16 - O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), autorizou nesta quinta-feira, 16, que o PCdoB e o ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, Edinho Silva (PT), tenham acesso a trechos de depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht prestados � Justi�a Eleitoral.
Os depoimentos, feitos no �mbito da a��o que apura se a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer cometeu abuso de poder pol�tico e econ�mico para se reeleger em 2014, correm sob sigilo. Edinho solicitou ao TSE as transcri��es dos depoimentos do herdeiro do grupo Odebrecht e ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, do ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar e do ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis. O ex-tesoureiro da campanha de Dilma prestar� depoimento nesta sexta-feira, 17, ao TSE.
O mesmo expediente dever� ser adotado em rela��o ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, tamb�m citado em depoimentos, e a outros partidos que eventualmente apresentarem requerimento semelhante.
Pagamentos
De acordo com delatores da Odebrecht ouvidos pelo TSE, houve pagamentos da empreiteira a favor de PDT, PCdoB, PRB e PROS, em troca do apoio � chapa Dilma-Temer nas elei��es de 2014. Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milh�es para cada um desses tr�s partidos: PROS, PCdoB e PRB, em um total de R$ 21 milh�es. Esses pagamentos teriam sido realizados com a intermedia��o de Edinho Silva.
Em fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ministro da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os, Marcos Pereira, negociou um repasse de R$ 7 milh�es do caixa 2 da Odebrecht para o PRB na campanha de 2014. Na �poca, o ministro afirmou "desconhecer" essa opera��o e disse que "dela��o n�o � prova".
J� o ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis afirmou que foram pagos R$ 4 milh�es ao PDT para que o partido ingressasse a coliga��o da chapa presidencial de Dilma Rousseff-Michel Temer de 2014. Os depoimentos podem complicar a situa��o de Dilma e Temer, j� que o TSE mudou em 2015 a sua jurisprud�ncia e passou a reconhecer a compra de apoio pol�tico como uma forma de abuso de poder econ�mico. Herman determinou na �ltima ter�a-feira, 14, que os presidentes de PROS, PRB, PDT e PCdoB apresentem esclarecimentos por escrito dentro de um prazo de tr�s dias.