Bras�lia - O presidente Michel Temer vai antecipar a nomea��o do jurista Admar Gonzaga como sucessor do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves. Temer foi aconselhado a indicar Gonzaga antes de ter�a-feira, dia 4 de abril, quando o TSE come�a a julgar o processo que pede a cassa��o da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na elei��o de 2014.
No Planalto, auxiliares de Temer d�o como certo - ou "precificado" - que o relator da a��o, Herman Benjamin, pedir� a cassa��o do mandato de Temer e a inelegibilidade de Dilma, sob o argumento de que a chapa PT-PMDB cometeu abuso do poder pol�tico e econ�mico.
Advers�rios de Temer afirmam, nos bastidores, que Gonzaga j� teria sido at� escalado pelo Planalto para pedir vista do processo, o que significa mais tempo para an�lise, caso o ministro Napole�o Nunes n�o fa�a antes a solicita��o. Na ordem para apresenta��o dos votos, Nunes � o segundo, ap�s o relator.
Auxiliares do presidente, por�m, argumentam que Gonzaga - atualmente ministro substituto do TSE - ganhar� a vaga de titular por ser o primeiro nome da lista tr�plice preparada pelo Supremo Tribunal Federal.
A sa�da de Neves ser� em 16 de abril. Pelo roteiro previsto, n�o haver� tempo h�bil para ele votar no julgamento. As informa��es que chegaram ao Planalto d�o conta de que ele seria favor�vel � cassa��o de Temer.
O governo tem d�vidas sobre o voto de Luciana L�ssio, que deixar� o TSE em 5 de maio. Ela ser� substitu�da por Tarc�sio Vieira, ainda n�o nomeado. A expectativa no Planalto � de que ele fique a favor do presidente.
Um ministro disse � reportagem que Temer ficou aborrecido com a antecipa��o do julgamento por avaliar que isso atrapalha o governo no momento em que o Congresso precisa analisar temas importantes, como as reformas trabalhista e da Previd�ncia. Al�m disso, h� a perspectiva de que tudo coincida com o fim do sigilo das dela��es da Odebrecht.
'Press�o'
A reportagem apurou que o presidente do TSE, Gilmar Mendes, s� marcou o julgamento por "forte press�o" do relator, para n�o ser acusado de "segurar" o processo. A equipe de Temer conta com v�rias circunst�ncias, estrat�gias e recursos para protelar o desfecho da a��o no TSE. Aliados do governo avaliam que, logo na abertura do julgamento, o pedido da defesa de Dilma - que solicitou cinco dias para se manifestar sobre o processo - ser� aceito. Se isso ocorrer, a sess�o ser� suspensa.
Mesmo que o pedido seja rejeitado, no entanto, h� o feriado da Semana Santa, o que empurraria o julgamento para a segunda quinzena de abril. Al�m disso, h� quest�es preliminares apresentadas pelos advogados das partes. Esse quadro tende a retardar o processo, que pode terminar ap�s a sa�da de Herman Benjamin do TSE, em outubro.
Na composi��o atual do TSE, com sete integrantes, o governo tem como certos apenas os votos de tr�s ministros - Gilmar Mendes, Luiz Fux e Napole�o Nunes. Os votos de Rosa Weber e Luciana L�ssio s�o considerados uma "inc�gnita".