O senador A�cio Neves (PSDB-MG) classificou como “criminosa” a reportagem da revista Veja, que revela trechos da dela��o premiada de Benedicto J�nior, ex-executivo da Odebrecht, que indicariam que ele recebeu propina por meio de uma conta em Nova York operada pela sua irm�, Andrea Neves.
Ao lado de seus advogados, Aristides Junqueira e Carlos Veloso, o senador disse que essa conta n�o existe e que a mat�ria � “criminosa”. “N�o tem conta no exterior ou aqui. A mat�ria � falsa, a mat�ria � criminosa e � preciso que isso tenha repara��o”, afirmou.
A�cio, que � presidente nacional do PSDB, senador disse ainda que pedir� ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso � dela��o do ex-executivo para se defender das acusa��es. Solicitar� tamb�m que seja apurado o vazamento e n�o descartou entrar com medida judicial contra a revista. “Enfrentei ataques e incompreens�o nas elei��es e, agora, volto a ser v�tima de ataques. Isso n�o me abala, revive minha determina��o e coragem para que o pa�s possa avan�ar”.
Ele tamb�m cobrou o fim do sigilo das dela��es premiadas. “O Fachin tem que franquear � sociedade o conjunto das dela��es. Tem vazamento em beneficio sabe-se l� de que projeto”, afirmou o senador, em refer�ncia ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava-Jato no STF.
A revista teve acesso � dela��o premiada do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Junior, um dos 78 executivos da empreiteira a firmar acordo de dela��o com a Justi�a. No depoimento, ele disse que os valores teriam sido pagos como contrapartida ao atendimento de interesses da empreiteira em empreendimentos como a obra da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, realizada entre 2007 e 2010, e a constru��o da usina hidrel�trica de Santo Ant�nio, no estado de Rond�nia, que tem a Cemig como parceira.
O parlamentar mineiro afirmou ainda que se disp�s a ajudar a revista na apura��o das informa��es, pedindo para que apresentassem o nome do banco ou n�mero da conta para que ele pudesse saber se tinha ou n�o alguma conta no nome de sua irm� ou dele.
“Insisti para ter prazo para saber em qual banco o dep�sito foi feito, mas nada disso apareceu. Ofereci parceria para desmoralizar essa farsa”, disse.
Em nota nas redes sociais, A�cio, que tamb�m divulgou um v�deo, tamb�m se defendeu. “O advogado do senador A�cio Neves, Alberto Toron, informa que entrou em contato com o advogado Alexandre Wunderlich, que representa o delator Benedicto J�nior, e este lhe informou que n�o existe na dela��o de seu cliente qualquer refer�ncia � irm� do senador ou a qualquer conta vinculada a ela em Nova York”, afirmou.
No documento, o senador afirma que se Benedicto tivesse dado as declara��es teria que “comprov�-las com a apresenta��o de provas e informa��es como nome do banco e n�mero da conta”. “Em nenhuma das obras citadas, usina de Santo Ant�nio e Cidade Administrativa, houve qualquer tipo de pagamento indevido. O ent�o governador A�cio Neves jamais participou de qualquer negocia��o das etapas da constru��o da sede do governo mineiro, nem interferiu na autonomia da Cemig para defini��o de investimentos da empresa”, declarou por meio de nota.
Outro executivo da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, que atuava no chamado “departamento de propinas” da construtora, negou, tamb�m em dela��o premiada, que a construtora depositasse recursos em contas nos Estados Unidos.