S�o Paulo, 14 - O executivo da Odebrecht Rog�rio dos Santos Ara�jo afirmou, em dela��o premiada, que o ex-deputado Eduardo Cunha, preso na Opera��o Lava Jato, teria feito ‘piada em tom de amea�a’ para que a empreiteira subcontratasse a Delta no �mbito de contrato que rendeu propinas ao PT e ao PMDB.
Segundo delatores da construtora, em 2010, durante reuni�o com o ent�o presidente do PMDB Michel Temer, o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha, ficou acertada propina oriunda deste contrato no valor de 5% para o PMDB. Os delatores disseram que n�o se falou de propinas na presen�a de Temer.
Ap�s ajustes com a diretoria da Petrobras, as ‘vantagens indevidas’ ao partido foram reduzidas para 4% e o PT passaria a ficar com 1%. As tratativas teriam ocorrido em 2010.
Ap�s os acertos para os partidos, o executivo Rog�rio Ara�jo relatou ter se reunido com Eduardo Cunha e representantes da Delta Engenharia por tr�s vezes. Os encontros teriam sido marcados pela ‘insist�ncia’ e por ‘amea�a’ do peemedebista para que a construtora subcontratasse a empreiteira de Fernando Cavendish no �mbito do PAC SMS.
A primeira reuni�o para tratar do contrato aconteceu no escrit�rio de Eduardo Cunha, e teve a presen�a do peemedebista, do lobista Jo�o Augusto Henriques, apontado como operador de propinas do PMDB, e do representante da Delta, Ananias Andrade. “Eduardo cunha fez muita press�o para que a companhia executasse o contrato em cons�rcio com a empresa Delta, de Fernando Cavendish, o que neguei, vez que tal empresa n�o tinha nenhuma experi�ncia em obras dessa natureza”.
Ap�s a negativa, o executivo da Odebrecht relatou que Cunha ficou ‘bastante irritado’ e ‘para expressar sua irrita��o’, contou uma ‘piada com caracter�stica de amea�a’.
“Na oportunidade, Eduardo Cunha disse: ‘um amigo meu, casado, com uma mulher bonita, gostosa, n�o dormia em casa, chegava muito tarde em casa, viajava muito, sempre cansado, at� o dia em que a esposa vira para o marido e diz ‘olha meu amigo, aqui em casa se faz sexo todo dia, contigo ou semtigo’”.
Em outra reuni�o, em agosto de 2010, o executivo diz ter se encontrado novamente com Cunha em seu escrit�rio - o operador do PMDB, de novo, estava presente. Ele afirmou ter sido pressionado por Cunha para que houvesse a libera��o do pagamento referente ao PAC SMS. “Eduardo Cunha fez press�o para que algum pagamento fosse feito previamente � assinatura do contrato”.
Houve um terceiro encontro, no escrit�rio do delator, para tratar de poss�vel acordo entre a Odebrecht e a Delta. Estavam l� Jo�o Augusto, Ananias Andrade, pela Delta, e o motorista Angelo Lauria. “Nesta reuni�o, Ananias voltou a insistir no tema de parceria para este projeto ou uma participa��o da Delta em outro contrato industrial qualquer j� conquistado pela companhia, mencionando que era um compromisso do Eduardo Cunha com a Delta (Fernando Cavendish). N�o concordei com a solicita��o”.