O caos pol�tico, econ�mico e social do Rio j� causa incertezas no cen�rio eleitoral de 2018. Com um ex-governador preso, parte dos principais nomes da pol�tica local citados na Lava-Jato e atuais mandat�rios que n�o despertam grandes paix�es no eleitorado, partidos est�o � procura de um novo nome, "uma surpresa", para a disputa do pr�ximo ano.
Diante desse cen�rio, � quase consenso que o PMDB, legenda do atual governador, Luiz Fernando Pez�o, do ex-governador S�rgio Cabral, preso pela Opera��o Lava Jato, e do ex-prefeito Eduardo Paes, estaria "derretendo" no Estado - e que isso abriria o campo para outros partidos crescerem. J� outras siglas representativas, como PT, DEM e PSDB, est�o, em n�vel nacional, implicadas na Lava Jato.
Segundo o presidente do PT-RJ, Washington Quaqu�, o foco ser� a elei��o nacional e o apoio � candidatura de Luiz In�cio Lula da Silva � Presid�ncia, em um cen�rio em que a Lava Jato n�o torne invi�vel o projeto do partido - Lula � r�u em cinco a��es. "Nossa prioridade vai ser montar um palanque nacional. Localmente, talvez, lan�ar uma candidatura ao Senado e discutir caminhos com partidos de esquerda, como PCdoB e PDT."
Para o governo estadual, Quaqu� afirma que o partido pode "abrir um di�logo para fora da pol�tica". Embora n�o fale em nomes, diz que a legenda deve buscar algu�m com o perfil "intelectual-artista", que dialogue com a sociedade. "Somos contra a criminaliza��o da pol�tica, mas devemos abrir esse di�logo."
Quando se fala em um nome "fora da pol�tica", a mais recente refer�ncia que vem � cabe�a do eleitorado � a do prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), que se elegeu ainda no primeiro turno com o discurso da n�o pol�tica. O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB-RJ) fala abertamente que o candidato da legenda ao governo do Rio tem de ser "algu�m da sociedade, com ficha limpa e capacidade gerencial", no perfil do colega paulista.
Para o tucano, "um pol�tico tradicional n�o vai colar e a crise pode abrir espa�o para os extremos, tanto no campo da direita como na esquerda".
C�sar Maia, ex-prefeito e atual vereador, homem forte do DEM no Rio, considera que a "intelligentsia carioca" vai impedir que um aventureiro se sobressaia nas pr�ximas elei��es. "N�o tem ambiente no Rio de Janeiro para um populismo descarado de direita ou esquerda."
Ao ser questionado a dizer um nome da "intelligentsia", Maia cita Arminio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso. "Se Arm�nio Fraga for convencido e meter a cara sem olhar pra frente acho que o eleitor vai pensar: ‘salvemos o Estado, ele tem boia, sabe nadar � competente’", afirma.
Presidente do PMDB e presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Jorge Picciani diz que no Rio "� imposs�vel saber o que vai acontecer na semana que vem, quanto mais no ano que vem". Ainda assim, ele afirma acreditar que a elei��o ter� grande influ�ncia do cen�rio nacional e que o seu partido n�o estar� fora das disputas. "Quem deve vai pagar. As investiga��es est�o a� e vida que segue."
J� Tarc�sio Motta, vereador do PSOL e potencial candidato a governador pelo partido, espera que o eleitorado procure alternativas diferentes, "fora do esquema viciado de poder".
Ciclo
O cientista pol�tico da PUC-Rio Ricardo Ismael afirma que o ciclo do PMDB acabou no Rio. "O Eduardo Paes pode at� se descolar de todos esses problemas, mas vai depender das investiga��es. Ele comeu muito tempo com essas pessoas, os advers�rios v�o usar muitas imagens dele com Cabral e outros", afirma.
Ismael n�o v� a possibilidade de que prevale�a um candidato populista. J� para o professor de Direito da PUC-Rio Manoel Messias Peixinho, o ambiente de caos pol�tico pode, sim, abrir um caminho para l�deres carism�ticos. "A desconfian�a em rela��o � pol�tica pode abrir essa porta. Vai depender muito do que ainda est� para acontecer no cen�rio nacional."