
O ideal, segundo ela, seria traz�-los antes do inverno, j� que os elefantes s�o esp�cies t�picas de regi�es quentes e sofrem demais nessa �poca do ano, mas � preciso cumprir a burocracia exigida pelos �rg�os governamentais dos dois pa�ses, cercar os espa�os onde eles v�o ficar e conseguir ajuda financeira para o traslado e a manuten��o. A mudan�a foi motivada pela decis�o desses zoos de transformarem seus espa�os em parques ecol�gicos depois de den�ncias e problemas com a Justi�a por causa das p�ssimas condi��es em que viviam. No caso de Ramba, ela foi retirada de um circo por maus-tratos e est� abrigada em um zoo, longe da visita��o, sob supervis�o de veterin�rios e tratadores do santu�rio at� a regulariza��o de sua transfer�ncia.
As duas moradoras do santu�rio, Maia e Guida, que estavam sob cust�dia de pessoas ligadas ao circo em que se apresentavam, vivem agora em um espa�o de tr�s hectares (30 mil metros quadrados) cercado por tubos de petr�leo feitos de a�o. A expectativa da ONG �, futuramente, ampliar esse espa�o para 13 hectares. Os outros animais tamb�m devem ficar cercados e separados por origem (asi�ticos e africanos) e sexo. O santu�rio tem 1 mil hectares. A inten��o, segundo J�nia, idealizadora da ONG, � levar para o local cerca de 50 elefantes de diversas regi�es da Am�rica Latina que vivem em circos, zool�gicos e propriedades rurais. Segundo ela, existem cerca de 50 no continente e o SEB ter� licen�a para 25, podendo solicitar para mais 25 , j� que a fazenda comporta com folga 50 elefantes. “Elefantes n�o podem viver em cativeiro, pois precisam de grandes espa�os e, confinados, acabam sofrendo doen�as f�sicas e psicol�gicas”, explica J�nia.
O principal problema hoje, de acordo com ela, � o financiamento das a��es da ONG. Somente a transfer�ncia das duas elefantas custou R$ 80 mil. Elas vieram em cont�ineres de a�o especialmente constru�dos para a transfer�ncia, que durou dois dias. Elas est�o no santu�rio desde outubro. A manuten��o de cada uma delas � estimada em cerca de R$ 20 mil por m�s. Tudo bancado por doa��es.
PARCERIA COM EMPRESA
Uma das solu��es para esse financiamento � uma parceria feita pela ONG com a empresa sul-africana que fabrica o licor Amarula, feito a partir das frutas da marula, cujo cheiro forte atrai os elefantes. Durante junho, julho e agosto, a empresa vai doar R$ 1 para cada garrafa do licor vendida nas lojas e supermercados. A garrafa atual vai ser substitu�da por um novo modelo, que lembra o formato de presas de elefante. “Como a principal amea�a por aqui n�o est� relacionada � ca�a do marfim no Brasil, passamos a apoiar o santu�rio de elefantes no resgate destes animais que sofrem maus-tratos em circos e zool�gicos da Am�rica do Sul. Queremos ajudar no resgate destes elefantes para que possam viver em um ambiente com condi��es melhores e mais pr�ximos da natureza”, afirma Theo Leal, gerente de marketing da Distell, fabricante do licor, carro-chefe da empresa.
Desde 2002, a Amarula mant�m uma plataforma ( www.amarula.com/trust/ ) pela qual as pessoas podem batizar e estilizar um elefante. A cada animal criado, a empresa doa um d�lar para organiza��es n�o governamentais de apoio � preserva��o dos elefantes. Segundo Theo Vilela, a expectativa da empresa � de que a campanha gere cerca de R$ 50 mil em doa��es para o santu�rio, al�m de divulgar sua exist�ncia. O santu�rio � o primeiro da Am�rica Latina e tamb�m recebe doa��es pelo seu site ( www.elefantesbrasil.org/doe ) para ajudar a manter Maia e Guida e trazer outros animais.
Saiba mais
fazenda de 1 mil hectares
O Santu�rio de Elefantes Brasil est� localizado em uma fazenda de 1 mil hectares no Mato Grosso comprada com recursos de doa��es e apoio de ONGs internacionais dedicadas � prote��o dos paquidermes em todo o mundo, entre elas a Global Sanctuary for Elephants e a ElephantVoices. Segundo a fot�grafa e ambientalista J�nia Machado, que coordena o santu�rio, existem no Brasil pelo menos 32 elefantes em zool�gicos e em circos.
Em toda a Am�rica Latina, segundo ela, s�o 50 animais em cativeiro. No mundo inteiro, seriam aproximadamente 5 mil elefantes confinados em diferentes tipos de estabelecimentos. “Estamos nos preparando para receber todos os animais da Am�rica do Sul, j� que a tend�ncia � que a exibi��o de animais em circos seja proibida em todo o continente”, afirma.