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Estado de Minas

Delator revela que Odebrecht montou plano de fuga para seus executivos

Opera��o conseguiu resgatar pelo menos US$ 25 mi antes que executivos come�assem a ser presos e as contas congeladas


postado em 16/05/2017 21:55 / atualizado em 16/05/2017 23:07

Diante de um iminente confisco de informa��es e eventual pris�o, o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, montou em 2014 um plano de fuga para os funcion�rios do departamento que organizava o pagamento de propinas, com a incumb�ncia de esvaziar contas no exterior. A opera��o conseguiu resgatar pelo menos US$ 25 milh�es antes que executivos come�assem a ser presos e as contas congeladas.

� o que conta em sua dela��o premiada Fernando Miggliaccio, um dos respons�veis pelo Departamento de Opera��es Estruturadas da empresa e detido em Genebra em fevereiro de 2016. Sua captura foi considerada como um ponto fundamental do processo de investiga��o, j� que suas informa��es permitiram a abertura de uma s�rie de inqu�ritos e o pr�prio acordo de leni�ncia com a Odebrecht.

Segundo ele, "em meados de 2014, pouco antes de julho, houve a decis�o definitiva de Marcelo Odebrecht para que todas as pessoas envolvidas no Setor de Opera��es Estruturadas sa�ssem do Brasil". A ordem foi dada para que a fuga fosse "imediata" e elaborada numa reuni�o entre Odebrecht, Miggliaccio, Hilberto Silva e outros executivos que n�o tinham rela��o com o Setor de Opera��es Estruturadas.

Segundo ele, o ex-presidente da empreiteira "orientou que escolhessem o local para onde se mudariam, mas que fosse imediato". A op��o de Miggliaccio foi pela Rep�blica Dominicana e sua fam�lia ficaria em Miami. Alguns meses depois, ele se mudou para os Estados Unidos, onde ficou at� janeiro de 2016.

Hilberto Silva e Luiz Eduardo se mudariam para o exterior no final de 2014. Tamb�m foi sugerido que outros funcion�rios, como Vinicius Borin, Luiz Fran�a, Marco Rodrigues e Marcelo Rodrigues tamb�m deixassem o Brasil.

"A empresa auxiliaria financeiramente a sa�da do Pa�s de quem aceitasse a proposta e que o aux�lio financeiro compreendia desde a obten��o do visto at� o pagamento de despesas de moradia e perman�ncia no exterior", explicou. Em alguns casos, a Odebrecht deu dinheiro aos funcion�rios para que comprassem um im�vel nos Estados Unidos para facilitar a obten��o de seu visto de perman�ncia naquele pa�s.

Com alguns dos funcion�rios no exterior, o departamento continuou a operar,

"independentemente das aloca��es geogr�ficas dos envolvidos". Apenas no in�cio de 2015 o setor da empresa come�ou a ser fechado.

Contas


Um dos objetivos daquele ano era o de fechar contas usadas para o pagamento de propinas e repatriar o dinheiro. "Para fechar as contas, foi montada uma opera��o segundo a qual o somat�rio de todos os saldos remanescentes seria devolvido para a Odebrecht", explicou.

Para realizar a transfer�ncia dos recursos de volta para a Odebrecht, contratos foram elaborados para justificar a opera��o. Segundo ele, essas transfer�ncias ocorreram no segundo semestre de 2015 e um total de US$ 25 milh�es foram resgatados, principalmente de bancos na �ustria e em Ant�gua.

Mas j� naquele momento algumas contas come�ariam a ser bloqueadas. Em Portugal, todas foram congeladas. Na Su��a, as contas que o depoente se recorda de terem sido bloqueados inclu�am tr�s no Banco Pictet e quatro no banco PKB.

Migliaccio mantinha, a t�tulo pessoal, cerca de oito quilos de ouro em um cofre em Genebra, no Banco Audi. Em uma conta em nome do irm�o, mais US$ 100 mil estavam depositados.

Na assinatura de seu acordo de dela��o premiada, o advogado su��o que o subscreve � Georg Friedli, o mesmo que defendeu o ex-presidente da CBF, Jos� Maria Marin, quando o cartola esteve preso na Su��a em 2015.


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