Bras�lia - O presidente Michel Temer conseguiu conter, ao menos no primeiro momento ap�s virem � tona as dela��es da JBS, uma debandada da base aliada. Para ganhar tempo, os principais partidos condicionaram a sa�da do governo � uma avalia��o do conte�do do �udio gravado pelo empres�rio Joesley Batista.
Por enquanto, apenas o PPS e o Podemos (antigo PTN) anunciaram oficialmente o rompimento com o Pal�cio do Planalto. No PPS, Roberto Freire deixou o Minist�rio da Cultura, mas o seu colega Raul Jungmann optou por permanecer � frente do Minist�rio da Defesa.
Principal aliado do governo, o PSDB rachou e deu diversos sinais durante o dia de que iria desembarcar da base aliada de Temer. Deputados tucanos chegaram a protocolar um pedido de impeachment contra o peemedebista na C�mara. Dois dos quatro ministros do partido - Aloysio Nunes (Rela��es Exteriores) e Bruno Ara�jo (Cidades) - teriam at� elaborado suas cartas de demiss�o.
A c�pula do partido, no entanto, atuou para que os ministros permanecessem nos cargos. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que assumiu a presid�ncia do partido ap�s o afastamento do senador A�cio Neves (MG), foi o respons�vel pela articula��o.
Segundo o l�der do PSDB no Senado, Paulo Bauer (PSDB-SC), o partido preferiu n�o tomar uma decis�o antes de esclarecer os fatos com Temer. "O PSDB n�o tem costume de abandonar o barco apenas por not�cias ruins", afirmou.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que a ideia � que os principais partidos da base decidam juntos se v�o ou n�o deixar o governo. "N�s temos de agir com parcim�nia e com responsabilidade, observando o interesse do Pa�s, sem descuidar das acusa��es e dos fatos, que s�o graves", disse.
De acordo com ele, Temer demonstrou confian�a no pronunciamento que fez na tarde de ontem. "O pronunciamento foi forte, ele estava muito convencido de que n�o v�o peg�-lo, que ele tem defesa para as acusa��es", afirmou o senador.
Parte dos democratas afirmou ainda que a situa��o do partido � mais "delicada" pelo fato de o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser o primeiro na linha sucess�ria e ter� de assumir a Presid�ncia caso Temer seja afastado. Segundo eles, qualquer movimento, neste momento, poderia ser interpretado como oportunismo.
'Normalidade'
Antes de os �udios da conversa entre Temer e Joesley serem divulgados pela imprensa, diversos partidos reafirmaram apoio ao governo. Em nota, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou esperar o "r�pido esclarecimento dos fatos por parte da Justi�a, para que o Pa�s volte o mais breve poss�vel � normalidade".
Tamb�m em nota, o PR afirmou que reitera a sua "confian�a no trabalho" de Temer e que n�o baseava a sua perman�ncia no governo em not�cias de investiga��es em curso.
O l�der do PTB na C�mara, Jovair Arantes (GO), disse que era preciso levar em considera��o "os efeitos negativos de uma ruptura institucional no momento em que a economia do Pa�s come�a a se recuperar".
J� o l�der do PSD na C�mara, o deputado Marcos Montes (MG), afirmou que o partido vai se reunir na pr�xima segunda-feira para tomar uma decis�o. "Estamos na fase das especula��es, precisamos das provas", afirmou. Ele, no entanto, admitiu que as den�ncias contra Temer p�em em xeque a governabilidade e adiam a aprova��o das reformas.