
S�o Paulo - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse na manh� desta quinta-feira, 25, que a decis�o de convocar as For�as Armadas para atuar durante a manifesta��o de quarta-feira, 24, em Bras�lia "foi um grande acerto”. Ainda de acordo com Jungmann, haver� uma reuni�o com o presidente Michel Temer na manh� desta quinta para avaliar se a pol�mica medida - que foi criticada pela oposi��o no Congresso e por alguns juristas - ser� revogada.
"Se o comandante da �rea, general Ferreira Gomes, informar que estamos em tranquilidade, que n�o existe nenhum foco de resist�ncia, que n�o existe possibilidade de retornar ao clima anterior, obviamente daremos a sugest�o ao presidente que seja revogada", afirmou o ministro em entrevista � r�dio CBN.
Com a decis�o de Temer, que foi anunciada por Jungmann na tarde desta quarta-feira, as For�as Armadas recebem poder de pol�cia at� o pr�ximo dia 31. A decis�o de decretar a chamada Garantia de Lei e Ordem (GLO) s� pode ser feita por ordem expressa do presidente em caso onde h� esgotamento dos �rg�os de seguran�a p�blica.
"Acho que foi um grande acerto. O que est�vamos assistindo ali era uma perda de controle progressiva", disse o ministro, justificando a decis�o. "T�nhamos inc�ndios em pr�dios de minist�rios, servidores apavorados e encurralados dentro desses pr�dios, e t�nhamos uma situa��o que estava fugindo do controle, n�o sei onde ia parar", afirmou.
Questionado se a Pol�cia Militar do Distrito Federal estava preparada para conter os manifestantes, o ministro afirmou que a PM "fez o seu trabalho", mas disse acreditar que "ela n�o conseguiu dar conta da viol�ncia e da quantidade de manifestantes violentos que l� estiveram".
Jungmann insistiu que as For�as Armadas foram instru�das para "atuar de forma defensiva" e lembrou que a GLO foi a mesma usada durante a Olimp�ada no ano passado - l�m de ter sido implementada nas rebeli�es nos pres�dios em Natal, no Rio Grande do Norte e durante a greve dos policiais no Esp�rito Santo.
O ministro afirmou que pode pedir indeniza��o pela depreda��o dos minist�rios. "Tem que ser identificados os respons�veis por esse tipo de vandalismo. Se se identificar que tem organiza��es, centrais ou indiv�duos, tem que cobrar. � patrim�nio p�blico, pertence ao povo brasileiro e n�o � aceit�vel. Isso n�o tem nada a ver com manifesta��o democr�tica", disse.
No an�ncio da decis�o, durante coletiva nesta quarta, Jungmann afirmou que o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era quem havia pedido a interven��o diante da viol�ncia dos manifestantes na Esplanada dos Minist�rios. O an�ncio, por�m, parece ter criado um mal estar com o presidente da Casa, que afirmou ter pedido apoio da For�a Nacional apenas para o entorno do pr�dio da C�mara. Jungmann disse que, na noite de quarta, ligou para Maia.
"Ele estava presidindo a sess�o e ficou de conversar comigo", explicou o ministro, que disse que, da sua parte, "n�o houve mentira nenhuma". "Ao chegar no Pal�cio, a informa��o que eu tinha era que o presidente (da C�mara) tinha solicitado uma a��o das For�as Armadas e, depois, o que se verificou � que ele tinha solicitado a For�a Nacional de Seguran�a", afirmou. Ainda de acordo com o ministro, a For�a Nacional tinha "pouco mais de 100 homens". "Era insuficiente para conter os atos de vandalismo."
O decreto de Temer foi visto com preocupa��o por alguns juristas e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aur�lio Mello, que disse "esperar que a not�cia n�o fosse verdadeira" durante a sess�o plen�ria na Corte.
Protestos
O ato em Bras�lia, que pedia a ren�ncia do presidente, terminou com pessoas feridas, pr�dios depredados, pontos de �nibus destru�dos, fogo ateado em banheiros qu�micos e manifestantes presos. At� a noite desta quarta-feira, a Secretaria de Seguran�a do Distrito Federal n�o havia informado o efetivo usado pela pol�cia. N�meros oficiais indicavam 49 feridos, entre eles, um por arma de fogo, confirmado pela secretaria.