S�o Paulo - O N�cleo de Combate � Corrup��o do Minist�rio P�blico Federal em Goi�s (MPF/GO) e a Superintend�ncia de Pol�cia Federal em Goi�s (PF/GO) deflagraram na manh� desta quinta-feira, 25, opera��o conjunta para cumprimento de dois mandados de pris�o preventiva, sete mandados de busca e apreens�o e quatro mandados de condu��o coercitiva em Goi�s e no Mato Grosso. O nome desta nova opera��o � De Volta aos Trilhos.
A opera��o, que � um desdobramento das investiga��es da Opera��o Lava-Jato e nova etapa das Opera��es O Recebedor e Tabela Peri�dica, baseia-se em acordos de colabora��o premiada assinados com o MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corr�a e da Andrade Gutierrez - que confessaram o pagamento de propina ao ent�o presidente da Valec, Jos� Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investiga��es da Pol�cia Federal em Goi�s, que levaram � identifica��o e � localiza��o de parte do patrim�nio il�cito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).
Os principais alvos da opera��o s�o Jos� Francisco das Neves, seu filho Jader Ferreira das Neves e o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Os dois primeiros s�o suspeitos de continuar a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo oculto parte do patrim�nio amealhado. O �ltimo � suspeito de ser laranja dos dois primeiros e de auxili�-los na oculta��o do patrim�nio.
A pedido do MPF/GO, o juiz substituto da 11ª Vara Federal da Sess�o Judici�ria de Goi�s determinou as pris�es preventivas de Jader e de Leandro, al�m das condu��es coercitivas de Juquinha, do advogado Mauro C�sio Ribeiro (s�cio e pai de Leandro), de Jeovano Barbosa Caetano e de F�bio dos Santos Pereira, suspeitos de prestarem aux�lio para a execu��o de atos de lavagem.
As buscas e apreens�es t�m como alvo as casas dos investigados, a sede das empresas P�lis Constru��es e Noroeste Im�veis, que funcionariam no escrit�rio de advocacia de Mauro C�sio e Leandro Ribeiro, bem como a sede da Imobili�ria �gua Boa.
Condena��o
Juquinha e seu filho j� foram condenados na a��o penal nº 18.114-41.2013.4.01.3500 (opera��o Trem Pagador) a, respectivamente, dez e sete anos de reclus�o, por formarem quadrilha e lavarem aproximadamente R$ 20 milh�es provenientes da pr�tica de crimes de cartel, fraudes em licita��es, peculato e corrup��o nas obras de constru��o da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa p�blica Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade.
Pris�es
As pris�es foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo depois de condenados, continuam a cometer crimes de lavagem de dinheiro, est�o produzindo provas falsas no processo para ludibriar o ju�zo e assegurar impunidade, al�m de custearem parte de sua defesa com dinheiro de propina.
Contudo, o pedido de pris�o preventiva de Juquinha foi indeferido pelo ju�zo, que considerou n�o haver, no seu caso, provas suficientes de atualidade criminosa.
Sequestro de bens
Um dos principais objetivos da opera��o � o sequestro e apreens�o de bens que est�o sendo mantidos em nome de terceiros como forma de ocultar sua real propriedade e a origem dos recursos usados para a sua aquisi��o e que, segundo apurado, pertenceriam de fato a Juquinha e seu filho Jader.
Estima-se que com esses bens tenham sido lavados pelo menos R$ 4,4 milh�es provenientes de propina, em valores de 2012. Entretanto, somente ap�s a avalia��o desse patrim�nio � que se chegar� ao seu valor real.
O nome da opera��o, De Volta aos Trilhos, remete a uma express�o popularmente usada que significa o retorno das coisas ao seu devido lugar, � normalidade. O nome � uma alus�o a um dos seus principais objetivos, que � o de trazer de volta parte dos recursos desviados da ferrovia Norte-Sul em forma de propina.