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Estado de Minas

Mulher de operador de propinas do PMDB visitou Cunha na cadeia

Entre janeiro e maio, Cunha recebeu 71 visitas de 36 pessoas. Deste total, 29 visitantes entraram no Complexo M�dico-Penal se identificando como advogados.


postado em 04/06/2017 14:37 / atualizado em 04/06/2017 15:17

S�o Paulo, 04 - O ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Opera��o Lava Jato, recebeu a visita da mulher do operador de propinas do PMDB, Jo�o Augusto Henriques Rezende, no dia de 10 de janeiro. A informa��o foi obtida por meio da Lei de Acesso � Informa��o. Os registros apontam todas as visitas a Eduardo Cunha entre janeiro e 23 de maio.

Henriques, preso em Curitiba desde setembro de 2015, � apontado pela for�a-tarefa da Lava Jato como o operador que depositou propina a Cunha em contas na Su��a. Os valores teriam sa�do da compra, pela Petrobras, do campo de petr�leo de Benin, na �frica, em 2011.

Por receber essa propina entre 2010 e 2011, o ex-presidente da C�mara foi condenado pelo juiz federal S�rgio Moro a 15 anos e 4 meses de pris�o em mar�o deste ano.

O ex-deputado est� custodiado no Complexo M�dico-Penal em Pinhais, regi�o metropolitana de Curitiba. Eduardo Cunha foi transferido da Superintend�ncia da Pol�cia Federal na capital paranaense para o mesmo pres�dio estadual em 19 de dezembro do ano passado.

Entre janeiro e maio, Cunha recebeu 71 visitas de 36 pessoas. Deste total, 29 visitantes entraram no Complexo M�dico-Penal se identificando como advogados.

Alguns n�o constam da rela��o de defensores habilitados a representar o peemedebista nos processos junto � 13ª Vara Federal Criminal, sob tutela do juiz Moro, e nem na 10ª Vara Federal Criminal, do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, em Bras�lia.

Luciana T. P. Rezende Henriques, mulher de Jo�o Henriques, entrou no Complexo M�dico-Penal para visitar Eduardo Cunha com seu cadastro de advogada. Ela foi s�cia do marido na empresa Trend Empreendimentos.

Segundo a Lava Jato, a Trend recebeu pelo menos R$ 20,2 milh�es de empresas do cartel que fatiava obras na Petrobras, pagando propinas a agentes p�blicos, partidos e pol�ticos.

Luciana detinha 0,10% do capital social, Jo�o Henriques, 99,90%. O casal tamb�m foi s�cio na JHL Participa��es Consultoria Assessoria Empresarial. Jo�o Henriques detinha 60%, Luciana, 40%.

Em seu interrogat�rio a Moro, em fevereiro deste ano, o ex-deputado declarou ter 'conviv�ncia quase que di�ria' com Jo�o Augusto Henriques no Complexo M�dico-Penal. Eduardo Cunha declarou, no entanto, ter conhecido o operador de propinas do PMDB 'durante uma �nica vez' antes de encontr�-lo no pres�dio.

"Se eu tive duas vezes na vida, foi muito. N�o tive rela��o. Eu fui apresentado a ele, porque era o candidato que (ex-deputado) Fernando Diniz estava defendendo na bancada para ser o diretor da Petrobras", declarou o ex-deputado.

Eduardo Cunha disse ainda, na ocasi�o, que 'nunca soube' que o dinheiro que chegou � sua conta na Su��a havia sido depositado por Jo�o Henriques.

Al�m da mulher do operador do PMDB, outros advogados que n�o constam do rol formal de constitu�dos por Cunha no Paran� e em Bras�lia o visitaram na pris�o estadual.

O presidente do PTC, Daniel Tourinho, esteve no pres�dio em 15 de fevereiro deste ano. O pastor Davi Secundo de Souza, da Assembleia de Deus Minist�rio de Madureira, em Curitiba, visitou o ex-deputado em quatro oportunidades - 11 de abril e 11 e 18 de abril.

A Assembleia de Deus Minist�rio Madureira, em Campinas, foi citada na Lava Jato. Den�ncia da Lava Jato contra Cunha aponta que o lobista e delator da Lava Jato J�lio Camargo foi procurado em 2012 por Fernando Soares, que operava a propina para o PMDB na estatal, e lhe indicou que ele deveria fazer pagamento desses valores � Igreja Evang�lica Assembleia de Deus. O nome da igreja no registro da Receita Federal corresponde � Igreja Evang�lica Assembleia de Deus, minist�rio Madureira, em Campinas.

Esta acusa��o foi remetida, no in�cio de maio, a Moro pelo desembargador federal Paulo Espirito Santo, do Tribunal Regional Federal da 2ª Regi�o (TRF2).

Segundo a den�ncia, que tamb�m alcan�a a ex-prefeita de Rio Bonito Solange Almeida, o ex-deputado teria pedido propina que somaria US$ 40 milh�es do estaleiro Samsung, com sede na Coreia do Sul, para atuar na contrata��o de navios-sonda com a Petrobr�s.

O equipamento se destinava a opera��es de perfura��o em �guas profundas na �frica e no Golfo do M�xico e a negocia��o teria sido efetuada com a interven��o de Solange Almeida e de J�lio Camargo, que prestou colabora��o premiada e foi condenado pela Justi�a Federal paranaense.

Davi Secundo de Souza e Luciana Rezende Henriques n�o foram localizados. A reportagem ligou para o escrit�rio do advogado de Jo�o Henriques, mas ningu�m atendeu. A reportagem fez contato com a assessoria de Daniel Tourinho. N�o houve retorno.

OUTRO LADO

Com a palavra, o advogado Ticiano Figueiredo, que defende Eduardo Cunha

"Acho absurdo, criminoso, o vazamento dos advogados que visitam Eduardo Cunha. Espanta a Ordem dos Advogados do Brasil n�o tomar qualquer tipo de provid�ncia, isso � um estupro a prerrogativa de qualquer advogado. A Luciana est� l� todo os dias para estar com o Jo�o Henriques (apontado como lobista do PMDB). O que mais me espanta nesse acontecido � o que menos se divulga, a viola��o dessa prerrogativa do preso e do advogado, e o silencio da OAB que j� deveria ter se manifestado na mesma velocidade que se manifestou sobre o impeachment. � prerrogativa de qualquer advogado com ou sem procura��o ter contato com uma parte do processo. A Luciana toda vez que a gente vai l�, ela est� l� com Jo�o. Pode ser um equ�voco (a inclus�o do nome da mulher do lobista na lista de visitantes de Eduardo Cunha)."


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